postado em 27/08/2008 20:07
Após um encontro com o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, e com líderes partidários, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que há boa receptividade para a aprovação na próxima semana do projeto que cria o Fundo Soberano do Brasil (FSB). O projeto foi encaminhado ao Congresso no início de julho e passa a trancar a pauta da Câmara a partir do dia 2 de setembro. Por isso, explicou o ministro, a intenção de Chinaglia é colocar o projeto em votação na próxima semana
Guido Mantega contou que na reunião desta quarta-feira (27/08) os deputados apresentaram dúvidas sobre o funcionamento do fundo. Ele explicou aos deputados que o FSB será um grande fundo fiscal que ajudará a combater a inflação. "É uma poupança que não será gasta. Então, estamos aumentando a economia do setor público. A demanda está aquecida. Portanto, é também um trabalho antiinflacionário". Segundo o ministro, o FSB também teria um efeito anticíclico, pois "a intenção do governo é poupar em épocas de vacas gordas e recolocar os recursos na economia em tempos de vacas magras"
Ele informou que concordou em fazer alterações nas regras de funcionamento do FSB. O objetivo, segundo ele, é deixar mais claros os limites sobre a atuação do gestor do Fundo. "O Fundo só poderá fazer operação de matéria financeira. Por exemplo, ele não poderá comprar empresas ou financiá-las", disse o ministro
Mantega informou ainda aos deputados que o fundo poderá contar com recursos do pré-sal, ressaltando, porém, que esta é uma questão que ainda não está definida. "Não foi definido o modelo do pré-sal", disse. "Mas, qualquer que seja a solução adotada, sempre teremos de ter um fundo soberano. Se seremos exportadores de petróleo, não podemos permitir que petrodólares invadam a economia brasileira porque senão podemos ter a doença holandesa." O nome refere-se à desindustrialização pela qual pode passar um país rico em recursos naturais