postado em 27/08/2008 20:11
O corpo do empresário e banqueiro Olavo Egydio Setubal, presidente do conselho de administração da Itaúsa, holding que controla o Itaú, é velado Centro Empresarial Itaúsa, no Jabaquara, zona sul de São Paulo.
Até as 19h30, cerca de 3,5 mil pessoas passaram pelo velório, que começou às 16h e continua até as 10h de quinta-feira. O corpo do banqueiro será cremado amanhã, em cerimônia privativa para os familiares.
Olavo Setubal morreu por volta das 8h15 desta quarta-feira (27/08), aos 85 anos, no Hospital Sírio-Libanês, de insuficiência cardíaca. Deixa a mulher, Daisy Setubal, e os filhos Paulo, Maria Alice, Olavo Jr., Roberto, José Luiz, Alfredo e Ricardo, noras e 19 netos.
Entre os que passaram pelo local estão os ex-governadores de São Paulo Claudio Lembo e Geraldo Alckmin; o prefeito de São Paulo Gilberto Kassab; a ex-prefeita Marta Suplicy; o presidente do Bradesco, Marcio Cypriano; o vice-presidente do Itaú, Antonio Matias; o ex-presidente do Banco Central Gustavo Loyola; o ex-ministro da Fazenda Luiz Carlos Bresser; o deputado federal Aldo Rebelo (PC do B-SP); o presidente da Febraban, Fabio Barbosa; os empresários Horácio Lafer Piva, Mario Amato, José Ermírio de Moraes, Nizan Guanaes.
Trajetória
Filho do escritor e poeta Paulo Setubal e de Francisca de Souza Aranha Setubal, Olavo perdeu o pai aos 14 anos, passando a ter como referência o tio Alfredo Egydio de Souza Aranha.
Paulistano nascido a 16 de abril de 1923, o banqueiro Olavo Setubal se formou em engenharia em 1945, pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), e logo depois começou a trabalhar como professor-assistente no Instituto de Pesquisas Tecnológicas.
Após juntar US$ 10 mil - história que sempre gostou de contar--, Setubal e um amigo fundaram a Deca, fabricante peças de fechadura e de torneiras. Em 1953, a companhia adquiriu uma indústria de válvulas de descarga. Com o sucesso, foi chamado por um tio para salvar o Banco Federal de Crédito, então com problemas financeiros.
Assim, firmou de vez sua carreira como banqueiro ao assumir a direção da instituição em 1959, após a morte do tio. Em 1964, comprou o Itaú, cujo forte eram os clientes da área rural. Nos anos 70, após mais aquisições, ele já era o segundo maior banqueiro do país.
Foi prefeito da cidade de São Paulo de 1975 a 1979, no período militar. De março de 1986 a fevereiro de 1987, ocupou a função de ministro das Relações Exteriores. Após sair da pasta, nunca mais retornou à presidência do Itaú.
No final de 1974, foi criada a holding Itaúsa, que além do banco Itaú Holding Financeira (Itaú e Itaú BBA), congrega ainda operações industriais (Duratex, Itautec e Elekeiroz). O Itaú é, ao lado do Bradesco, um dos maiores conglomerados financeiros privados do país, com lucro de R$ 4,084 bilhões no primeiro semestre e uma carteira de crédito de R$ 148 bilhões.