Economia

Moradores do Centro-Oeste são mais consumistas que o restante da população brasileira

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postado em 28/08/2008 08:21
Os moradores do Centro-Oeste são mais consumistas que o restante da população brasileira e o gasto mensal das famílias é maior do que o das demais regiões e cresce acima da média do país. Essas e outras avaliações fazem parte de uma pesquisa apresentada pela Latin Panel, especialista em painéis de consumo domiciliar. De acordo com o relatório, cada família de uma das quatro unidades que integram o Centro-Oeste gasta, em média, R$ 1.559 por mês. O volume, que teve aumento de 13% em relação a 2006, é 10% maior que a média nacional. Apenas as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro (R$ 1.624) e de São Paulo (R$ 1.630) consomem mais. ;Cada região é um Brasil diferente. A gente vê padrões de consumo muito diferentes. E quanto maior a renda, maior é o volume de consumo;, afirma a gerente de marketing e comunicação da LatinPanel, Patrícia Berti Menezes. De acordo com a Latin Panel, o consumo médio nos 44 milhões de domicílios brasileiros em 2007 foi de R$ 1.417, 6% a mais que no ano anterior. A explicação do alto volume de compras no Centro-Oeste está nos ganhos acima da média. A renda nessa região é a mais alta do país, apesar de representar o menor número de lares, 3,3 milhões, e de abrigar apenas 7,5% da população domiciliar do Brasil. A soma dos rendimentos de uma casa localizada na região, segundo o estudo, chega a R$ 1.630, 11% maior que a média brasileira. No Centro-Oeste, a população vive, em média, com 45% mais recursos que os residentes em estados do Norte e Nordeste. A segunda maior renda é paga no Sul do país ; R$ 1.610. Preços A elevação do consumo está relacionada à melhora da renda. O levantamento aponta que 43% da população pertence às classes D e E, que vivem com rendimento domiciliar inferior a quatro salários mínimos, ou seja, R$ 1.660. Com mais dinheiro em circulação, a autônoma Lúcia Rodrigues Araújo, 46 anos, moradora da Vila Estrutural, conseguiu elevar a venda de espetos de carne, salgados e bebidas, em seu ponto de venda, na Cidade do Automóvel. Toda a renda de sua família, R$ 500, é tirada de seu quiosque. Segundo ela, mais da metade é para custear as despesas de casa, mas sobram cerca de R$ 120 para comprar roupas, fazer passeios e para gastos ocasionais. Mas ela reclama do aumento de preços. ;Está muito caro viver no DF, a inflação está alta. Os preços de praticamente tudo subiram;. Foi a baixa renda, além da classe C ; famílias com renda entre quatro e 10 salários mínimos ;, que alavancou as vendas nos supermercados nos últimos meses, de acordo com o presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Sussumo Honda. Essas famílias são responsáveis por 70% do consumo. Mas a inflação, como sentiu no bolso a brasiliense Lúcia, pode corroer esse poder de compra. ;Essas famílias evitam cortar o consumo de produtos básicos, mas os itens de maior valor, que começavam a fazer parte da cesta, começam a ser retirados do carrinho;, conta. Assim como a inflação, o aumento da taxa de juros também deve impactar nos resultados, de acordo com chefe do Departamento de Economia da Confederação Nacional do Comércio, Carlos Thadeu de Freitas.

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