postado em 28/08/2008 15:47
O presidente da petrolífera norueguesa Norse Energy, Kjetil Solbreakke, alertou nesta quinta-feira (28/08) sobre o risco de a discussão política em torno de mudanças no marco legal do petróleo "destruir" a oportunidade de crescimento do país nos próximos anos.
O executivo disse nunca ter visto chance para que um país pudesse dar um passo tão grande, e estimou que o potencial de produção brasileiro supera o do golfo do México.
Solbreakke defendeu a manutenção do modelo de concessões de áreas com potencial exploratório, destacando que a regra brasileira é similar à da Noruega, no qual, segundo frisou, há diversidade de empresas e o Estado controla uma empresa estatal.
"Qualquer mudança não seria na direção do sistema norueguês, que é algo que já existe no Brasil", afirmou, durante evento promovido pelo Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IPB). A Noruega também adota modelo de concessão, mas tem uma empresa estatal de investimentos -- Petoro - que controla e aplica as receitas extraordinárias.
O executivo lembrou que já previa, há três anos, que o Brasil tinha um grande potencial exploratório, com relevância superior ao do Golfo do México.
"Achavam que eu estava exagerando, mas não há dúvidas que a produção offshore (no mar) brasileira vai ser mais importante que a do Golfo do México", ressaltou.
A Norse Energy estima que os investimentos da companhia no país poderão superar US$ 1 bilhão entre 2009 e 2014. A companhia detém a concessão de blocos na bacia de Santos, que podem ter reservas próximas a 250 milhões de boe (barris de óleo equivalente).
A principal expectativa, segundo o diretor de Exploração e Produção da companhia, Milton Franke, é sobre as áreas de Sabiá e Jandaia, cujo potencial estimado é de 215 milhões de boe. Ele ressaltou, no entanto, que o trabalho exploratórios nos blocos, adquiridos na 9ª Rodada em 2007, ainda não foram iniciados."São avaliações bastante preliminares, é algo que se imagina que possa ter lá", observou.
Atualmente, a Norse tem produção de 5,4 mil boe/dia nos campos de Coral (óleo) e Manati (gás). Neste último, a Norse tem 10% de participação, tendo como sócia majoritária a Petrobras.
A previsão é que a produção da companhia de origem norueguesa suba para um patamar entre 20 mil boe/dia e 25 mil boe/dia em 2012, principalmente com a entrada do campo de Cavalo-Marinho, situado em águas rasas na bacia de Santos, cujas reservas provadas são de 25 milhões de boe. Franke acrescentou que essas reservas podem chegar a 40 milhões de boe, sendo o óleo leve.