postado em 29/08/2008 10:35
O preço do petróleo registra alta nesta sexta-feira (29/08). Depois de passar por Cuba e pela Jamaica, a tempestade tropical Gustav pode se tornar um furacão. Na próxima terça-feira, a tempestade deve atingir o Estado da Louisiana (sul dos Estados Unidos); o temor dos investidores é que o fenômeno afete as instalações petrolíferas no golfo do México e as refinarias na costa da Louisiana e do Texas.
Às 10h11 (em Brasília), o barril do petróleo cru para entrega em outubro, negociado na Nymex (Bolsa Mercantil de Nova York, na sigla em inglês), estava cotado a US$ 118,56 (alta de 2,57%). Até o horário, o preço máximo atingido pelo barril foi US$ 118,76 e o mínimo, US$ 115,61.
Na quinta, o preço chegou a atingir um máximo de US$ 120,50, mas recuou e fechou a pouco mais de US$ 115 depois que o governo americano informou estar pronto para liberar petróleo da reserva estratégica se o Gustav prejudicar o fornecimento de petróleo e gasolina no país.
Quando atingir o golfo do México, o Gustav deverá se tornar um furacão de categoria três com ventos máximos sustentados entre 178 km/h e 209 km/h. "As previsões indicam que poderia chegar a categoria três no domingo sobre as águas do golfo do México. Será um furacão intenso", disse à agência de notícias Efe a meteorologista do NHC (Centro Nacional de Furacões, na sigla em inglês) Gladys Rubio.
Os Estados do litoral do golfo acompanham com preocupação o avanço de Gustav, pois a região foi devastada pelo furacão Katrina em 29 de agosto de 2005, que devastou a região com ventos de 209 km/h e causou graves inundações em Nova Orleans, em uma das maiores tragédias ocorridas nos EUA, na qual morreram 1.833 pessoas e houve perdas de aproximadamente US$ 80 bilhões, segundo um relatório do NHC.
Além da tempestade Gustav, apareceu outra ameaça sobre a Flórida: o NHC previu que, a partir de domingo (31), a oitava tempestade tropical da temporada, Hanna, que se formou ontem no Atlântico, poderia se transformar no quarto furacão da temporada e afetar a costa leste do Estado.
Apesar da alta, o petróleo ainda está longe do recorde atingido em 11 de julho, de US$ 147,27.
No próximo dia 9, os países-membros da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) devem se reunir para decidir sobre a cota oficial de produção do cartel.
Na segunda-feira (1° de setembro), a Nymex estará fechada devido ao feriado do Dia do Trabalho nos EUA. O ministro da Energia da Venezuela, Rafael Ramírez, por exemplo, disse neste mês que o governo venezuelano irá propor um corte de produção na reunião. "Se houver uma continuação do declínio no preço, deveríamos avaliar um corte de produção --é essa [a idéia] que levaremos ao encontro", disse. O CGES (Centro de Estudos Globais para a Energia, na sigla em inglês) também avalia que a Opep impedirá que o preço do barril caia muito abaixo dos US$ 100.