postado em 30/08/2008 12:31
Os acessos ao Blog do Servidor, comandado pelo repórter da editoria de Economia do Correio Braziliense Luciano Pires, saltaram após a divulgação nessa sexta-feira (29/08), em primeira mão, da informação de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinara duas medidas provisórias que concedem reajuste a aproximadamente 350 mil servidores federais. Os comentários, que se mantêm em uma média de 30 a 50 diários, com picos de 100, chegaram a 358 entre 11h54 - quando foi postada a notÃcia - até à s 21h40. Os comentaristas trocavam idéias entre si, queriam mais detalhes sobre o fato noticiado, elogiavam o trabalho do jornalista.
"É uma experiência nova para mim como repórter, porque a instantaneidade realmente é muito grande. Você coloca uma nota e, segundos depois, há gente concordando, discordando. O espaço do leitor cresceu infinitamente e temos que nos adaptar", afirma Luciano.
O blog de Luciano é um dentre os muitos que entraram no ar no dia 21 de abril deste ano, com o lançamento do correiobraziliense.com.br, a nova página do Correio na internet. Desde que começaram a funcionar, os blogs têm se transformado em espaços de discussão e em uma forma de interação dos leitores com os autores da informação. O público pode elogiar, criticar, sugerir pautas e reagir de forma instantânea à notÃcias sobre os mais variados assuntos.
Além do Blog do Servidor, que trata de questões da administração pública, podem ser acessados no correiobraziliense.com os blogs dos jornalistas Ana Maria Campos (polÃtica local); Alon Feurwerker ( polÃtica nacional); Gustavo Krieger.(polÃtica nacional); Vicente Nunes (polÃtica econômica); Dad Squarisi (dicas de português); Ari Cunha (extensão na web da coluna no jornal); e, ainda, o Blog da Saúde (dicas com a jornalista MariaVitória); o Blog do Cruz (comentários esportivos) e o Blogão do Zé (conteúdo humorÃstico).O site do Correio Braziliense oferece ainda aos leitores outros diferenciais, como vÃdeos, podcasts, galerias de fotos.
Balanço
Foi o investimento em recursos como esses que tornou possÃvel levar ao público ontem, algumas horas após a assinatura das MPs que concederam reajuste ao funcionalismo federal, um vÃdeo debate com um balanço sobre os ajustes na administração pública feitos este ano por Lula. Com os ganhos salariais e reestrutrações de carreiras articulados em 2008 encerram-se os ajustes que a gestão Lula deve fazer na administração pública? E o impacto nos cofres públicos, como fica? E a sociedade, contará agora com um Estado mais eficaz em servi-la?
Para discutir essas questões, o Correio Braziliense trouxe à redação o secretário-geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), Josemilton Costa, e o especialista em Recursos Humanos Jorge Pinho, professor do Departamento de Administração da Universidade de BrasÃlia (UnB). O debate entre ambos foi intermediado pelo repórter Luciano Pires, que fez, desde o inÃcio, a cobertura jornalÃstica das mudanças realizadas este ano nas carreiras públicas federais. Tanto para Costa quanto para Pinho, a assinatura no apagar das luzes das últimas MPs do ano concedendo reajuste ao funcionalismo deve ser encarada como uma conquista, mas ainda há um longo caminho a ser percorrido.
Confira abaixo o vÃdeo do debate
"É a conclusão de um processo que começou em 2007 e recompõe perdas que haviam sido acumuladas ao longo dos anos. As negociações deste ano foram importantes, mas ainda há distorções e nosso diálogo com o governo não vai parar por aqui", afirmou Josemilton Costa. Para o secretário do Condsef, é necessário promover, ainda, mudanças na maneira como se organiza o funcionalismo para negociar. "O Brasil é um dos poucos paÃses onde não há negociação coletiva, ficando todos à mercê dos governos de plantão", declarou.
O especialista em RH Jorge Pinho concordou com Costa no sentido de que há distorções salariais entre as carreiras, e, para ele, isso se reflete diretamente na maneira como os serviços públicos chegam à população. "As carreiras mais bem aquinhoadas são as que estão ligadas aos interesses do Estado - caso dos analistas do Tesouro, dos auditores da Receita - e as menos aquinhoadas - as da saúde, por exemplo servem a sociedade, que termina prejudicada", explanou.
Questionado sobre os possÃveis impactos fiscais dos reajustes assegurados este ano - em 2009, os custos com a folha de pagamento devem ser de 155,3 bilhões - Pinho disse acreditar que a massa salarial pós aumentos deve ser "pequena ante a arrecadação, que vem crescendo ano a ano". "O que não se pode é esperar que o cidadão pague impostos altÃssimos sem receber nenhum serviço", afirmou, frisando a necessidade de investimento em áreas essenciais, como saúde e educação.