Economia

Preços dos alimentos caem nas cidades

Alimentos tiveram maior recuo no Guará e em Taguatinga, de até 11,12%, enquanto no Plano diminuíram só 2%. Cesta básica baixou R$ 7,52

postado em 02/09/2008 08:51
Após quatro meses consecutivos de elevações nos preços dos alimentos, a cesta básica do Distrito Federal ficou 3,18% mais barata em agosto e os brasilienses gastaram R$ 7,52 a menos para comprar os 13 produtos considerados essenciais pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Segundo a pesquisa divulgada ontem, no mês passado os moradores da capital federal gastaram R$ 229,17, contra R$ 236,69 registrados em julho. Das 16 capitais pesquisadas, 15 registraram queda nos valores. Apesar da desaceleração, a inflação da cesta básica acumulada em 2008 é de 18,60%. E os preços ainda estão 30,06% mais elevados do que os cobrados no mesmo período de 2007. Depois de amargar os aumentos do início do ano, os consumidores começam a sentir o recuo de preços, mas apenas em alguns produtos, como nas hortaliças e frutas. A redução foi maior no DF do que no Entorno, como mostrou um outro levantamento divulgado ontem, o Índice do Custo de Vida do DF, elaborado pela Universidade Católica de Brasília (UCB). Morador do Guará, o servidor Wilson Ferreira, de 51 anos, ia fazer apenas uma pesquisa de preços ontem à tarde, mas o preço da laranja fez com que levasse a fruta para casa. O quilo do produto, segundo ele, caiu de R$ 1,30 há algumas semanas para R$ 0,89 no supermercado próximo à sua casa. ;Os preços estavam aumentando muito e agora eu vejo que pelo menos as frutas estão recuando.; O Guará foi a segunda cidade que registrou a maior redução. Os 54 produtos pesquisados pelos alunos do curso de Ciências Econômicas da instituição ficaram, em média, 9,24% mais baratos em agosto. Nas outras duas cidades pesquisadas, Taguatinga e Ceilândia, a redução foi de 11,12% e 6,74%, respectivamente. No Plano Piloto, onde a cesta de alimentos chega a ser até 12% mais cara que a encontrada nas outras regiões administrativas, os preços recuaram apenas 2%. A saída para encontrar os melhores preços é pesquisar, orienta a aposentada Maria Quintino Silva, de 69 anos. E aproveitar as promoções. Na terça, é o dia de comprar carne, na quarta, frutas e verduras. ;O tempo todo eu faço pesquisas nos supermercados próximos à minha casa, no açougue e no sacolão. Aqui em casa são oito bocas para comer, não dá para não pesquisar.; Por mês, ela calcula gastar mais de R$ 800 com alimentação dos filhos e netos. A desaceleração ainda deve ter fôlego neste mês, mas, segundo especialistas, os consumidores não devem esperar que os preços voltem aos patamares de 2007. ;A queda de agosto foi sazonal, algumas commodities registraram redução no mercado internacional, mas não é muito provável que os preços caiam de forma a anular os ganhos dos últimos meses;, afirma o economista do Dieese, Tiago Oliveira.

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