Economia

Fusão cria super faculdade no DF

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postado em 03/09/2008 08:38
A Anhanguera Educacional oficializou, ontem, a aquisição da Sociedade Brasil Central de Educação e Cultura (Sbcec), mantenedora da Faculdade JK. A instituição tem 5,3 mil alunos matriculados nas duas unidades: Taguatinga e Valparaíso de Goiás. O valor da transação foi de R$ 31,3 milhões, sendo R$ 4 milhões pagos à vista. Esta é a segunda incorporação do grupo paulista no Distrito Federal. A primeira ocorreu em fevereiro, quando a Faculdade de Negócios e Tecnologia da Informação (Facnet) foi negociada por R$ 20,48 milhões. ;Viemos para crescer;, resume o vice-diretor da Anhanguera, José Luis Poli. ;A Faculdade JK tem o perfil semelhante ao de outras instituições do grupo, por isso a escolhemos;, acrescenta. Essas incorporações fazem da Anhanguera uma das maiores grupos de ensino superior do DF, com mais de 9 mil estudantes e cerca de 150 mil no país. O vice-diretor esclareceu que a grade curricular dos veteranos vai se manter. No caso daqueles que vão cursar o segundo ano em 2009 e os calouros, serão implantados os currículos-padrão da Anhanguera e aplicadas mensalidades menores do que as atuais. ;Os veteranos têm contratos já acertados e não vamos mudar isso. Para quem entrou este ano, dependerá do professor. E quem entrar no próximo ano, terá tudo novo. As mensalidades serão, em média, entre R$ 350 e R$ 450;, diz Poli. Hoje, a Faculdade JK tem cerca de 305 professores. O quadro deve aumentar com a criação de cursos bacharelados de engenharia civil, de produção, mecatrônica e elétrica, de fisioterapia, recursos humanos, logística e marketing e vendas. ;Por um período de cinco anos, vamos contratar 150 professores e 40 funcionários ao ano;. A previsão é investir R$ 15 milhões em infra-estrutura até 2010. Ouça podcast: com o vice-diretor da Anhanguera Educacional, José Luis Poli Aquecimento Os investidores estão de olho no mercado educacional do Distrito Federal. Somente este ano, sete faculdades mudaram de ;donos; por meio de incorporação (veja memória). O proprietário do Grupo Educacional Fortium, Cláudio Farág, revela que mesmo os empreendimentos bem- sucedidos estão na mira dos grupos de investidores. ;Recentemente recebemos ligações de empresas paulistas interessadas em adquirir a Fortium. O mercado está muito aquecido;, diz. Essa realidade é confirmada pelo presidente do Sindicato dos Professores em Estabelecimentos Particulares de Ensino Superior do DF (Sinproep), Rodrigo de Paula. ;Transformar a educação só em um negócio lucrativo nos preocupa;, diz Rodrigo. A atenção está voltada para a ;precariedade da relação de trabalho; e para ;a baixa qualidade de ensino;. ;Educação é uma concessão do Estado e falta fiscalização dessa concorrência predatória;, argumenta o presidente do Sinproep. Segundo Rodrigo, há uma campanha nacional para regulamentação do setor privado de ensino. ;Precisamos colocar regras, estipular número máximo de alunos por sala de aula, por exemplo;, pontua. Para evitar problemas com as faculdades, o presidente do sindicato orienta que o aluno procure conhecer a situação financeira da instituição. ;Há lugares que não depositam FGTS, outros que têm salários atrasados, tudo isso vai se refletir em sala de aula.;

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