postado em 03/09/2008 20:56
O interesse em defender o petróleo da camada pré-sal e a dificuldade de exploração no mar foram os principais motivos para o Conselho Nacional de Política Energética suspender qualquer tipo de licitação de extração de óleo no mar até que as mudanças na legislação do setor sejam definidas.
De acordo com o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, havia anteriormente a intenção de autorizar a exploração marítima em águas rasas e em áreas longe das reservas do pré-sal, mas, por cautela, o conselho decidiu autorizar licitações apenas em terra. ;Houve a preocupação de não fazer absolutamente nada no mar;, admitiu Lobão.
Ele justificou que as empresas exploradoras de petróleo, entre elas a Petrobras, já têm um número grande de campos à disposição e estão com dificuldades de explorá-los por falta de equipamentos.
;Se fizéssemos hoje uma nova licitação no mar, as empresas ganhadoras não teriam condições de explorar o petróleo, porque já não estão explorando com os blocos que ganharam no passado;, argumentou.
Lobão disse que a intenção do governo ao permitir apenas exploração em terra é possibilitar a participação de um número maior de interessados em explorar o petróleo no Brasil. Segundo ele, ao contrário do que acontece com a exploração no mar, a exploração terrestre desperta o interesse de um grande número de empresas.
O ministro acredita que a ausência de blocos marítimos na 10ª rodada de licitações não irá desestimular a participação de interessados.
;Há um grupo grande de produtores que operam exclusivamente em terra. Para que esse grupo não se queixe que não existem novas oportunidades, estamos expondo tantos (171) blocos;, afirmou.
Lobão disse que a comissão interministerial que está estudando mudanças na legislação sobre a exploração do petróleo deverá pedir o adiamento do prazo para entrega do relatório ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A conclusão dos trabalhos, prevista para o dia 19 de setembro, deverá ser adiada em 10 dias.