postado em 04/09/2008 08:35
O movimento de deflação chegou às famílias de baixa renda. É o que mostra o Índice de Preços ao Consumidor - Classe 1 (IPC-C1), calculado com base nas despesas de consumo das famílias com renda de um a 2,5 salários mínimos mensais (de R$ 415 a R$ 1.037,50), e que caiu 0,32% em agosto, ante taxa de 0,61% em julho, segundo dados anunciados nesta quinta-feira (4/09) pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Ainda segundo a fundação, foi a menor taxa desde junho de 2006, quando o indicador teve queda de 0,57%.
Esse resultado ajudou a diminuir os desempenhos acumulados do índice. Até agosto, o IPC-C1 acumula taxa de 6,27% no ano, abaixo da taxa apurada até julho (6,62%), e nos últimos 12 meses, a variação atinge 8,45% - inferior à taxa apurada no mesmo período até julho deste ano, quando subiu 9,46% e atingiu a maior taxa acumulada da série histórica do índice, iniciada em janeiro de 2004.
Ainda segundo a FGV, a inflação entre os mais pobres se manteve abaixo da média das famílias com renda maior. O Índice de Preços ao Consumidor - Brasil (IPC-BR), que mede a inflação entre as famílias com renda entre um e 33 salários mínimos (de R$ 415 a R$ 13.695) subiu 0,14% no mês passado. Entretanto, os resultados acumulados do IPC-C1 ainda são maiores do que as taxas acumuladas do IPC-BR, que teve altas, até agosto, de 4,54% no ano e 5,93% nos 12 últimos meses.
Alimentos
Um cenário de preços mais baratos dos alimentos foi o principal responsável pela deflação de 0,32% do IPC-C1. Segundo o economista da FGV André Braz, os preços dos alimentos caíram 1,35% em agosto, ante taxa positiva de 0,98% registrada em julho.
Das sete classes de despesa usadas para cálculo do IPC-C1, três apresentaram desacelerações de preços, na passagem entre julho e agosto. Além do grupo dos alimentos, que registrou deflação, é o caso de Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,97% para 0,22%) e Transportes (de 0,02% para variação zero).
Já as outras quatro classes de despesa registraram aceleração ou queda mais fraca de preços. É o caso de Habitação (de 0,6% para 0,72%); Vestuário (de -0,73% para -0,33%); Educação, Leitura e Recreação (de 0,05% para 0,26%) e Despesas Diversas (de 0,35% para 1,2%)