Economia

Dados fracos de emprego e varejo fazem Bolsas de NY recuarem

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postado em 04/09/2008 17:03
As Bolsas americanas operam em baixa na tarde desta quinta-feira (4/09), atingidas por dados fracos da economia americana -- em especial sobre o mercado de trabalho e as vendas do setor varejista. Às 16h25, o Dow Jones Industrial Average, principal indicador da Nyse (Bolsa de Valores de Nova York, na sigla em inglês), recuava 2,63%, aos 11.229,76 pontos. O ampliado S 500 operava com perda de 2,6%, a 1.241,78 pontos. Na Bolsa tecnológica Nasdaq, o indicador Nasdaq Composite perdia 2,82%, para 2.267,94 pontos. O Departamento do Trabalho informou que o número de pedidos iniciais de auxílio-desemprego nos EUA subiu em 15 mil na semana encerrada no dia 30 de agosto, totalizando 444 mil solicitações iniciais do benefício. A expectativa dos analistas era de que os pedidos tivesse caído para 420 mil. O aumento nas solicitações foi visto como mais um sinal de que a desaceleração econômica americana está afetando o mercado de trabalho. Resultados acima de 400 mil pedidos são vistos como indicadores de economia fraca. Na mesma semana de 2007, o total era de 320 mil pedidos. Também hoje, a consultoria de recursos humanos ADP Employer Services informou que o setor privado da economia americana registrou perda de 33 mil empregos em agosto, devido aos cortes efetuados no setor manufatureiro. Amanhã (5) o Departamento do Trabalho deve divulgar seus dados sobre novas vagas e a taxa de desemprego referentes a agosto. A expectativa dos analistas é de uma eliminação de 75 mil postos de trabalho no país e uma taxa de desemprego de 5,7%. Em julho foram fechados 51 mil postos de trabalho, enquanto a taxa de desemprego subiu para 5,7%. Os investidores também deixaram de lado a notícia de que a produtividade do trabalhador americano teve um crescimento de 4,3% no segundo trimestre, na comparação com o mesmo período de 2007. Os custos por unidade de trabalho tiveram redução de 0,5%. O dado também mostrou resultado melhor que a estimativa inicial, que apontava uma alta de 1,3%. A expectativa do mercado era de uma revisão para uma queda de 0,3%. Entre as notícias setoriais, as que mais desanimaram os investidores foram as relacionadas ao setor varejista. A rede Wal-Mart Stores registrou um crescimento de 3% em suas vendas nas mesmas lojas (abertas há pelo menos um ano) nos EUA. Caíram as vendas, entre outras, nas redes Abercrombie & Fitch (-11%), Pacific Sunwear (-6%), Saks (-5,9%) e Nordstrom (-7,9%). Os resultados sinalizam um terceiro trimestre de ritmo fraco da economia --uma vez que o consumo responde por cerca de 70% de toda a atividade econômica dos EUA. "Acho que a economia está realmente fraca e essas quedas refletem corretamente essa impressão", disse à rede americana de TV CNN o diretor-gerente da Westwood Capital, Len Blum. Já o ISM (Instituto de Gestão de Oferta, na sigla em inglês) informou hoje que o índice de atividade do setor de serviços da economia americana registrou alta, ficando em 50,6 pontos, contra 49,5 registrados em julho. A notícia chegou a dar um breve alívio aos investidores, mas logo as vendas de papéis voltaram a derrubar os índices das Bolsas. Nem mesmo a baixa do preço do petróleo foi suficiente para ao menos reduzir o mau humor dos investidores hoje. Na Nymex (New York Mercantile Exchange), o barril de petróleo leve WTI para entrega em outubro teve recuo de 1,33%, encerrando o dia cotado a US$ 107,89.

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