Economia

Em meio a crise mundial, Brasil é foco de estabilidade, diz Banco Mundial

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postado em 05/09/2008 17:00
Em meio à crise econômica nos Estados Unidos e Europa, o diretor do Banco Mundial, John Briscoe, disse nesta sexta-feira (5/09) que o Brasil é um foco de estabilidade entre os países latino-americanos. O economista elogiou a manutenção das regras e avaliou que o país poderá exercer papel de destaque entre os chamados Brics (Brasil, Índia, Rússia e China). "Quem poderia imaginar que há dez anos, com o mundo em crise, estaria tudo bem no Brasil? Antes, era um dos primeiros a sofrer. Isso demonstra que todo esse trabalho de responsabilidade fiscal, que está sendo feito passo a passo", afirmou, depois de participar do encerramento da edição especial do Fórum Nacional, na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no Rio de Janeiro. Briscoe afirmou que o Banco Mundial, obviamente, está preocupado com a crise. Ele lembrou que a zona latino-americana geralmente é muito afetada, pela estreita ligação comercial com a economia americana. Quanto ao Brasil, atribuiu o pouco efeito da crise ao nível de estabilidade política e econômica. "Até agora, o Brasil está pouco afetado e acho que é uma demonstração de que o rumo do país está certo. O Brasil está melhorando muito. Há mais responsabilidade fiscal, ninguém quer ser irresponsável. Ainda tem o que melhorar em relação à qualidade do gasto público, e tem que fazer os investimentos. É o único caminho, não tem milagre. O Brasil é na América Latina, no mundo inteiro, um foco de estabilidade", apontou. O Brasil poderá ter papel relevante entre os países emergentes no futuro próximo, acrescentou. Briscoe procurou comparar o Brasil com a Índia, país em que já morou. Segundo ele, o Brasil tem vantagem em relação ao aproveitamento de recursos naturais, especialmente da água. Por outro lado, há um desafio "muito grande" quanto à formação de recursos humanos, ainda que Briscoe considere que o Brasil avançou nesse tema. "Se daqui a 20 anos me perguntarem qual país estará mais equilibrado, com menos problemas profundos. Não há dúvidas que o Brasil, se continuar dessa forma", afirmou. Ele criticou, no entanto, a burocracia e o alto custo para se investir no Brasil, mas ressaltou que há condições estáveis para o aporte de recursos. "Se o presidente é esse ou aquele, não há diferença. Não tem ninguém que vai dizer que não vai pagar a dívida, ninguém será irresponsável. Mas o Brasil tem o dobro de impostos da Índia, da China e México. É difícil fazer negócios aqui pelo custos altos e a qualidade da máquina pública não é muito grande", completou.

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