postado em 06/09/2008 09:20
Contagem regressiva para publicação do edital do concurso do Senado. A comissão organizadora da Casa afirmou que, até a próxima terça-feira, os candidatos conhecerão as regras que regem um dos concursos mais esperados do ano. A última seleção ocorreu em 2002 e foi elaborada pelo Cespe/UnB, com oferta de 25 vagas. Desta vez, a organizadora será a Fundação Getúlio Vargas (FGV), pouco conhecida dos concursandos.
As discussões sobre o que esperar e como se preparar para as provas de 8 e 9 de novembro tomam conta das conversas e dos fóruns e comunidades do Orkut (site de relacionamento). A principal dica dos professores é estudar os detalhes de cada disciplina, pois é comum a banca da FGV exigir ;literalidade; nas respostas, como ocorre nas provas feitas pela Fundação Carlos Chagas (FCC). ;É tradição dessa organizadora exigir que os candidatos saibam coisas que só é possÃvel lembrar se forem decoradas;, diz o professor de direito constitucional André Lopes. ;Mas, das bancas, podemos esperar tudo;, pondera.
Com relação ao direito constitucional, ele alerta que serão importantes os capÃtulos que tratam do poder e processo legislativo. ;Enfatizar esses conhecimentos na hora de estudar vai fazer diferença;, completa. Segundo Lopes, em 2002, a prova foi considerada complexa e, desta vez, o nÃvel pode ser mais baixo, mas a concorrência vai pesar.
O professor de lÃngua portuguesa Diego Amorim concorda com as ponderações do colega. Ele lembra que o Senado teve o cuidado de criar uma comissão interna para acompanhar todo o processo seletivo e evitar que se repitam problemas como os que ocorrem no concurso da Câmara dos Deputados (suspensão de provas). Sobre a lÃngua, os candidatos podem estranhar atitudes pouco comuns. ;Em português, a FGV cobra as regras separadas da interpretação de textos. Quase não se usa mais este tipo de elaboração em que a gramática vem separado;, avalia.
Maratona
O servidor público Hélder Melillo, de 23 anos, está se preparando desde outubro de 2006. ;Primeiro estava focado na seleção do Tribunal Regional Federal, onde fui aprovado e nomeado;, conta Melillo. Naquela época, ele concorreu a uma vaga que exigia o nÃvel médio completo, mas acredita que várias disciplinas podem ser aproveitadas.
Há pouco mais de um mês, a rotina ficou mais intensa. São quatro horas de estudo à noite de segunda e sexta-feira no curso preparatório e mais três horas e meia pela manhã, em casa. ;Não tenho muito tempo durante a semana, no fim de semana que estudo mais;, diz o candidato a uma das 63 vagas para comunicação social destinada a graduados. Diversão e passeio ficaram para depois. ;Até a prova, abdiquei de passeios totalmente, todo o tempo é destinado aos estudos.;
Em 2002, os candidatos responderam a questões objetivas de português, conhecimentos gerais, direito constitucional, administração, polÃticas públicas, raciocÃnio lógico, inglês e conhecimentos especÃficos. Na segunda fase, dissertação, resumo e tradução do inglês para português, além de prova discursiva. Por fim, análise de tÃtulos.
No concurso deste ano, menos etapas: provas objetivas e teste psicotécnico. Ao cargo de advogado, o candidato também responde questão discursivas. E quem disputa vagas na área de comunicação social e processo legislativo passa por curso de formação, de caráter eliminatório. São 150 vagas com remunerações de R$ 6.722,68 a R$ 11.815,94.
O diretor-geral do Senado, Agaciel Maia, afirmou que os aprovados serão nomeados assim que o concurso estiver homologado e que, em 2009, um novo processo seletivo será lançado para substituir servidores terceirizados que ainda trabalham na Casa. As inscrições vão até 20 de setembro com taxas de R$ 60 e R$ 80.