postado em 08/09/2008 12:13
O vice-presidente da GM do Brasil, José Carlos Pinheiro Neto, disse nesta segunda-feira (8/09) que a companhia deve apresentar ainda neste ano à matriz norte-americana um projeto para receber aportes de US$ 1 bilhão. O programa prevê desde o desenvolvimento de novos veículos e tecnologias, quanto aumento de capacidade.
Atualmente a montadora tem uma capacidade para produzir 800 mil unidades por ano, podendo atingir 1 milhão de veículos com a introdução de mais um turno de trabalho. Os números incluem as fábricas do Brasil e Argentina.
"Hoje o Brasil já é o terceiro maior mercado da GM no mundo em volume, atrás apenas dos Estados Unidos e China", afirma. O executivo ressalta ainda que o momento delicado da empresa no mercado americano facilita novos investimentos em mercados emergentes e que o Brasil tem se destacado entre eles.
A expectativa da empresa é alcançar vendas da ordem de 1,5 mil unidades por mês do modelo no País. "Esse volume não justifica a produção no Brasil", afirma. O vice-presidente da GM lembra que a montadora programa 20 novos lançamentos até 2012, sendo a maior parte de modelos desenvolvidos e fabricados no Brasil.
Desaceleração das vendas
Em relação à desaceleração das vendas do setor automotivo no Brasil em agosto, Pinheiro Neto, afirma que dois fatores ajudaram a compor esse novo cenário: a alta de juros no Brasil e a maior seletividade dos bancos na concessão de crédito. "Acredito que os dois fatores juntos ajudaram a reduzir o ritmo de crescimento", avalia.
Pinheiro Neto garante ainda que a capacidade de produção atual da indústria é suficiente para atender a demanda e que hoje em dia não há mais fila de espera nas concessionárias. Na GM, explica, os estoques são equivalentes a pouco menos de 1 mês de vendas. A relação de oferta/demanda com os fornecedores, segundo ele, também está equilibrada. "Não existe falta de matéria-prima ou peças no Brasil, mas uma discussão sobre preços", explica. O executivo lembra que a GM deve importar neste ano em torno de 50 mil pneus da China, motivada não só por preços, mas também por uma situação cambial favorável.
A briga pela liderança no mercado brasileiro, acirrada nos últimos meses pela Volkswagen e Fiat, não incomoda a GM, segundo Pinheiro. "Nosso negócio é ganhar dinheiro e não ser líder, claro que isso também é bom, mas não é nosso foco no momento", afirma. A expectativa do executivo é de que as três maiores montadoras detenham participações acima de 20% no mercado brasileiro daqui para a frente.