Economia

Oferta de petróleo será revista antes de possível corte, diz ministro

;

postado em 08/09/2008 15:46
O ministro do Petróleo do Irã, Gholam Hossein Nozari, disse nesta segunda-feira - véspera da reunião dos países membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) - que o mercado petrolífero está saturado, mas que o cartel irá avaliar se a oferta excede a demanda antes de decidir de haverá um corte de produção. "Acreditamos que o mercado está saturado", disse Nozari, segundo a agência de notícias Associated Press. O ministro afirmou que os representantes dos países-membros planejam uma decisão sobre a cota de produção após a revisão dos dados na reunião de amanhã. A expectativa é de que a cota atual, de 29,67 milhões de barris diários, seja mantida. O Irã é o segundo maior exportador da organização. Hoje, às 15h11 (em Brasília), o barril do petróleo cru para entrega em outubro, negociado na Nymex (Bolsa Mercantil de Nova York, na sigla em inglês), estava praticamente estável, cotado a US$ 106,27 (ligeira variação positiva de 0,04%). Até o horário, o preço máximo do barril era US$ 109,89 e o mínimo, US$ 104,70. O preço do petróleo bateu o recorde de US$ 147,27 no dia 11 de julho deste ano, após uma série de altas consecutivas; questões geopolíticas e a queda do dólar estavam entre os fatores a pressionar o valor do barril. Desde então, o preço passou a cair, com a diminuição das tensões geopolíticas e o temor de que o desaquecimento da economia dos EUA reduza a demanda mundial pela commodity. Os representantes dos países-membros do cartel atribuem a responsabilidade pela disparada do petróleo vista meses atrás á ação de especuladores. A interrupção da série de quedas do dólar também contribuiu para afastar novos compradores --como o barril é negociado em dólares, uma moeda americana mais barata atrai compradores para o mercado petrolífero, o que pressiona a demanda. Já a alta do dólar tem o efeito oposto. Diante das quedas do petróleo - que nos últimos dias chegou a cair para o patamar de US$ 105 -, o Irã e a Venezuela declararam que se colocariam a favor de um eventual corte da produção. O ministro venezuelano do Petróleo, Rafael Ramírez, disse que preços abaixo de US$ 100 seriam motivo para reduzir a oferta. A Arábia Saudita - principal exportador do cartel -, no entanto, não sinalizou defender um corte. O país responde atualmente por cerca de um terço do total produzido pela Opep. O ministro saudita do Petróleo, Ali Naimi, chegou mesmo a sugerir como aceitável um patamar de US$ 80 para o preço do barril. Os países-membros da Opep são: Arábia Saudita, Irã, Iraque, Kuait, Venezuela, Argélia, Angola, Equador, Indonésia, Líbia, Nigéria, Qatar e Emirados Árabes Unidos.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação