Economia

Petróleo fecha em ligeira alta após atingir US$ 104

;

postado em 08/09/2008 17:05
O preço do petróleo fechou em ligeira alta nesta segunda-feira, depois de cair a US$ 104 durante o dia. O furacão Ike perdeu força ao tocar o solo, o que tranqüilizou os investidores quanto ao risco de provocar danos à infra-estrutura petrolífera do golfo do México. A nova desvalorização do euro frente ao dólar também afetou o valor da commodity. O barril do petróleo cru para entrega em outubro, negociado na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex, na sigla em inglês), encerrou o dia cotado a US$ 106,34, em ligeira alta de 0,10%. O valor máximo durante o dia foi US$ 109,89 e o mínimo, US$ 104,70. O Ike foi rebaixado para a categoria 2 na escala Saffir-Simpson - que vai até 5 -, segundo os últimos boletins. Apesar disso, meteorologistas dizem que ele pode recuperar intensidade ao passar pelo golfo do México e possivelmente atingir a cidade de Nova Orleans (EUA). De acordo com a trajetória prevista, o furacão pode afetar a Flórida ao seguir para o golfo do México - onde os EUA produzem mais de 26% de seu petróleo - e a Louisiana. Ontem, o Ike já havia reduzido a velocidade de seus ventos máximos durante a tarde, passando de 215 km/hora para 195 km/hora - descendo de categoria 4 para 3 na escala de Saffir-Simpson. Ike é o segundo furacão de categoria maior que chega a Cuba em só oito dias, já que no sábado da semana anterior o Gustav arrasou o extremo oeste da ilha e destruiu 140 mil casas, centenas de escolas e postos de saúde, reservas de alimentos e redes telefônicas e telegráficas. "O principal fator hoje e pelo resto da semana é o furacão Ike. O mercado vai subir e descer em resposta a cada novo boletim (meteorológico)", disse à agência de notícias Associated Press o presidente da consultoria de energia Ritterbusch and Associates, Jim Ritterbusch. O euro chegou hoje ao menor patamar em 11 meses diante do dólar; a moeda européia chegou a ser negociada a US$ 1,41. Com o dólar subindo de valor em relação ao euro, o barril do petróleo torna-se menos acessível a novos compradores (o barril é negociado em dólares). Com isso, a pressão sobre a demanda diminui, aliviando o mercado petrolífero. Os investidores ainda aguardam a decisão da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) na reunião programada para esta terça-feira (9). O ministro do Petróleo do Irã, Gholam Hossein Nozari, disse hoje que o mercado petrolífero está saturado, mas que o cartel irá avaliar se a oferta excede a demanda antes de decidir de haverá um corte de produção. O preço do petróleo bateu o recorde de US$ 147,27 no dia 11 de julho deste ano, após uma série de altas consecutivas; questões geopolíticas e a queda do dólar estavam entre os fatores a pressionar o valor do barril. Desde então, o preço passou a cair, com a diminuição das tensões geopolíticas e o temor de que o desaquecimento da economia dos EUA reduza a demanda mundial pela commodity. Diante das quedas do petróleo --que nos últimos dias chegou a cair para o patamar de US$ 105--, o Irã e a Venezuela declararam que se colocariam a favor de um eventual corte da produção. O ministro venezuelano do Petróleo, Rafael Ramírez, disse que preços abaixo de US$ 100 seriam motivo para reduzir a oferta. A Arábia Saudita --principal exportador do cartel--, no entanto, não sinalizou defender um corte. O país responde atualmente por cerca de um terço do total produzido pela Opep. O ministro saudita do Petróleo, Ali Naimi, chegou mesmo a sugerir como aceitável um patamar de US$ 80 para o preço do barril. Os países-membros da Opep são: Arábia Saudita, Irã, Iraque, Kuait, Venezuela, Argélia, Angola, Equador, Indonésia, Líbia, Nigéria, Qatar e Emirados Árabes Unidos.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação