Economia

Petrobras avalia instalar unidades flutuantes de GNL na área do pré-sal

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postado em 08/09/2008 17:28
A Petrobras estuda instalar unidades flutuantes de liquefação de gás (que transforma o gás em líquido, para transportar maiores volumes) em mar aberto, próximas às plataformas de produção que serão instaladas na área da camada pré-sal. Segundo a diretora de Gás e Energia da Petrobras, Maria das Graças Foster, serão as primeiras unidades offshore (no mar) a produzir Gás Natural Liquefeito (GNL) em todo o mundo. Com a iniciativa, conforme Foster, além de atender o mercado doméstico, a Petrobras poderá vender o gás a outras regiões do planeta. A executiva citou que o investimento poderá variar entre US$ 3,5 bilhões e US$ 10 bilhões, dependendo da capacidade do terminal em alto-mar, que deverá ficar entre 10 milhões de metros cúbicos/dia a 20 milhões de metros cúbicos/dia de gás processado. "Se tenho dois terminais de regaseificação (plantas de GNL, no Ceará e no Rio), e possivelmente um terceiro, e tenho navios, para que vou buscar esse gás lá na Nigéria, lá no Qatar, se o gás é meu e está a 300 quilômetros da costa? A planta liquefaz, entrega para o meu navio, que pega liquefeito e entrega no mercado doméstico. O navio encosta e bota na planta, que regaseifica. Ou seja, cria-se um mercado doméstico ainda mais flexível, com uma planta de liquefação", afirmou, frisando que o plano não leva em consideração, exclusivamente, áreas na camada pré-sal. O gás excedente seria colocado no mercado spot (com compras à vista e entrega imediata, sem contratos), ainda segundo Foster. Ela informou que a Petrobras vem analisando a formação de infra-estrutura para o gás natural de forma integrada, que visa à formação de um sistema que dê flexibilidade à companhia. Foster explicou que se trata de uma nova concepção, que está em "discussão bastante intensa". Sobre as possibilidades de volumes de gás nos campos recém-descobertos, disse que ainda não há nenhuma previsão por parte da companhia, e classificou de mentirosas estimativas sobre volumes de gás no pré-sal. Maria das Graças Foster informou ainda que as obras do gasoduto ligando Urucu a Manaus, no Amazonas, deverão ser concluídas em dezembro. A operação comercial, no entanto, começará depois, e o prazo final é para setembro de 2009. Ela explicou que a obra, que corta a região Amazônica, atrasou este ano em função de problemas no projeto, que resultaram na troca de procedimentos de engenharia.

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