postado em 12/09/2008 16:09
O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão afirmou nesta sexta-feira (12/09) que o governo pretende ampliar o programa nuclear brasileiro. Segundo ele, além da construção da Usina de Angra 3, o governo planeja fazer pelo menos 50 novas usinas nos próximos 50 anos, que devem totalizar 60 mil megawatts a mais de energia nuclear na matriz energética.
"A idéia é que seja instalada uma nova usina a cada ano. Para se ter uma idéia, o total da matriz brasileira chega hoje em dia a 100 mil megawatts instalada", disse Lobão, após visita à Central Nuclear de Angra, no Rio de Janeiro.
O ministro visitou as futuras instalações da Usina de Angra 3, cujas obras estão previstas para serem iniciadas em abril de 2009. Os trabalhos de preparação do local para a futura usina já foram iniciados, no entanto. A estimativa é que Angra 3 comece a operar cinco anos após o início da construção.
Lobão negou que a Eletronuclear (estatal responsável pela obra e pela operação da usina) pretenda pedir mudanças relativas às exigências ambientais apresentadas para que a obra saia do papel.
Uma das condições feitas pelo Ministério do Meio Ambiente é a criação de um local específico para colocação dos rejeitos nucleares. Por enquanto, admitiu Lobão, não há previsão sobre o cumprimento dessa exigência. Mas o ministro garantiu que o início das obras não será prejudicado.
"Não há hipótese de a construção ser embaraçada por exigências ambientais. Ao todo, são 60 condições. A última exigência será atendida depois. As que não foram feitas serão sanadas posteriormente", disse Lobão.
A política nuclear é prioritária para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, segundo o ministro. Lobão afirmou que vários Estados do Nordeste estão pleiteando a instalação de novas usinas nucleares. O governo já definiu que até 2020 serão feitas mais quatro usinas, além de Angra 3, sendo que duas serão construídas no Nordeste e outras duas no Sudeste.
Pré-sal
Edison Lobão informou que o governo pretende fazer uma nova avaliação na próxima semana sobre possíveis mudanças no marco regulatório do petróleo. O prazo final para a apresentação das propostas foi adiado do dia 19 para o dia 30 deste mês.
Está previsto para o dia 25 de setembro uma reunião final da comissão interministerial criada para estudar modificações nas regras do petróleo em função das descobertas da camada pré-sal.