postado em 12/09/2008 20:06
As facilidades de crédito bancário fazem com que os trabalhadores contratem mais dívidas para satisfazer os desejos despertados pelo apelo comercial. A predisposição para o endividamento tem sido tanta que as antecipações do 13º salário no Banco do Brasil cresceram 140%, de janeiro a agosto deste ano, comparado a igual período de 2007.
De acordo com números divulgados pelo BB, nos oito primeiros meses deste ano, foram contratadas 579 mil antecipações do 13º salário, no valor total de R$ 292,2 milhões, contra desembolsos de R$ 121,5 milhões, no mesmo período do ano anterior, para atender 239 mil pedidos de antecipações.
A modalidade de empréstimo, conhecida como BB Crédito 13º Salário, permite a antecipação de até 80% do benefício natalino, com custo de 2,99% ao mês para o trabalhador, a ser paga em parcela única quando o 13º for creditado, no final do ano. A linha de crédito está disponível para clientes cujo empregador mantenha convênio para essa finalidade.
Além da antecipação da gratificação natalina, os trabalhadores também podem usufruir do empréstimo consignado em folha de pagamento, com juros um pouco menores, em torno de 2,36% ao mês. Essa taxa tem subido todos os meses à medida que o Banco Central aumenta a taxa básica de juros (Selic).
Apesar dos aumentos constantes, o crédito consignado, por não oferecer risco de inadimplência, é bem mais barato que o crédito pessoal. De acordo com dados do Banco Central referentes a julho, os bancos cobravam 53,6% ao ano, no crédito pessoal, contra 28,4% no empréstimo com desconto direto no salário. A modalidade é a mais usada por servidores públicos, ativos e inativos.
Em função dessa diferença, o crédito consignado cresceu 13,8% de janeiro a julho e equivale a R$ 73,644 bilhões, ou 55,5% do total de empréstimos bancários a pessoas físicas. Embora mais caro, o crédito pessoal tem tido boa expansão, por conta das compras financiadas de aparelhos eletroeletrônicos.
Mas, como nem todos têm o controle exato sobre quanto podem gastar, as estatísticas do Departamento Econômico do BC mostram que a taxa de inadimplência da pessoa física evoluiu de 7%, em junho, para 7,3% no mês seguinte. Os números referentes a agosto serão divulgados no próximo dia 29.