postado em 15/09/2008 08:13
Aguardado desde o início do ano, o edital do concurso para o cargo de soldado da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) será publicado nos próximos dias. A expectativa é pela abertura de 1 mil vagas, podendo chegar a 1,5 mil, dependendo das necessidades da corporação. Pela primeira vez, será exigido curso superior dos candidatos que se inscreverem na disputa. Não há previsão oficial, mas as provas são aguardadas para acontecer até o fim deste ano.
O salário será de R$ 4.030. Os aprovados terão de se submeter a um curso de formação por oito meses e, ao longo desse período, vão receber cerca de metade da remuneração proposta. O Centro de Seleção e de Promoção de Eventos da Universidade de Brasília (Cespe/UnB), responsável pelo concurso, ajusta os últimos detalhes do conteúdo que será exigido nos exames.
O objetivo é preencher em caráter emergencial vagas em aberto, por isso a convocação dos novos soldados será imediata. O déficit da PM está atualmente em 2,7 mil pessoas (a cada ano, deixam a segurança pública, em média, 240 profissionais), volume considerado preocupante pelas autoridades locais. O efetivo é de 14,7 mil homens e mulheres, embora a previsão legal estabeleça que a Polícia Militar do DF tenha de contar com 18 mil pessoas, de acordo com estimativas da própria PM. O último concurso realizado para recrutar soldados ocorreu em 2002.
A exigência de nível superior para a base da polícia é uma inovação. Com a mudança, aumentam as chances do policial atuar em mais áreas do que originalmente a função exige. Maior capacitação permitirá ao soldado integrar, de forma eficiente, setores organizacionais ou mesmo administrativos. Essa regra, no entanto, apenas institucionaliza o que já faz parte do dia-a-dia da PM, uma vez que nos cursos de formação mais de 80% dos alunos têm diploma ou cursam uma faculdade.
Efeito
A longo prazo, o aumento da qualificação também poderá ter reflexos positivos sobre os bolsos dos policiais. É que durante as campanhas por melhores salários, a categoria terá mais força para reivindicar reajustes ou até mesmo índices de equiparações que a aproxime, por exemplo, da Polícia Civil ; dependendo da função. Na esfera da União, o fenômeno de uma carreira tentar acompanhar a evolução salarial da outra é comum.
Recentemente, uma medida provisória editada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva definiu que os próximos concursos da Polícia Rodoviária Federal (PRF) passarão a cobrar dos candidatos formação de Terceiro grau. A exigência do diploma de nível superior foi uma reivindicação da categoria, que em pouco tempo espera ver reduzida a distância salarial que a separa dos colegas que trabalham na Polícia Federal.