Jornal Correio Braziliense

Economia

Explorar pré-sal exigirá esforço financeiro 'gigantesco', diz Petrobras

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Sem detalhar valores, o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, afirmou nesta segunda-feira (15/09) que a exploração na camada pré-sal vai exigir um esforço financeiro "gigantesco" nos próximos dez anos. Ele destacou que, além do desafio financeiro com o pré-sal, será necessário o desenvolvimento de novos sistemas de produção para que a produção seja possível nos próximos anos. "São desembolsos enormes, porque temos que construir infra-estrutura, os sistemas produtivos, perfurar os poços, montar infra-estrutura de navios de apoio. Tudo isso vai exigir um volume de recursos gigantesco", declarou, durante a abertura da feira Rio Oil & Gas, no Rio. De acordo com o executivo, o volume de investimentos para os próximos dez anos serão extremamente elevados diante da perspectiva de que sejam implementados diversos sistemas de produção nos campos com reservas gigantes no pré-sal. "Se nós imaginarmos um custo de um sistema produtivo de 150 mil barris/dia em torno de US$ 7 bilhões, podemos fazer uma conta simples e dizer o volume de desafios que nós temos. Para cada cinco poços produtores e três injetores, precisamos de US$ 7 bilhões. Não sabemos exatamente quanto precisaremos, mas com certeza, serão muitos sistemas produtivos", comentou. Existem ainda, na avaliação do executivo, desafios relativos à perfuração de poços no pré-sal, além de outras questões técnicas. Com isso, haverá a necessidade de que os atuais sistemas utilizados pela estatal sejam aperfeiçoados. "Com certeza, os modelos existentes relativos à exploração na bacia de Campos, que são suficientes para começar a produção, não serão suficientes para continuá-la. Teremos que encontrar novos modelos produtivos, novas soluções", destacou. Gabrielli, disse ainda que a descoberta de reservas de 3 bilhões a 4 bilhões de barris de petróleo e gás no poço de Iara foi uma "surpresa positiva" para a companhia. A área, situada no bloco BM-S-11, na camada pré-sal da bacia de Santos, é vizinha a Tupi, e tem óleo de boa qualidade. "Evidentemente que os dados de Iara foram muito surpreendentes, em termos de resultados. A nitidez das informações permitiu que nós avaliássemos volumes e o plano de avaliação demonstra uma surpresa positiva, portanto bastante otimista em termos de trabalho de prospecção", afirmou. Em relação a novos anúncios de volumes dos campos que estão sendo perfurados no pré-sal, Gabrielli adiantou que a Petrobras está finalizando os trabalhos em Júpiter, sem dar, no entanto, perspectivas sobre o anúncio dos volumes de petróleo e gás ali contidos. "Nossos anúncios não são regulados pelas expectativas do mercado, e sim, pelas obrigações que temos junto à Agência Nacional do Petróleo (ANP)", observou.