postado em 16/09/2008 08:36
O Banco Central Europeu (BCE) injetou no mercado 70 bilhões de euros (US$ 99,4 bilhões) em uma tentativa de amenizar os reflexos da crise americana no continente. A medida ocorre um dia depois de o BCE liberar 30 bilhões de euros (US$ 42,6 bilhões), com devolução para esta terça-feira (16/09).
A quantia representa mais que o dobro do valor injetado pelo BCE na segunda-feira (15/09), por meio de uma operação de refinanciamento excepcional similar. O empréstimo tem taxa de juros mínimo de 4,32% e vencimento em um dia.
A participação foi muito forte, já que 56 bancos solicitaram créditos. A soma total dos pedidos chegou a 102 bilhões, segundo um comunicado do BCE destinado aos mercados.
O Banco de Inglaterra anunciou por sua parte que injetará 20 bilhões de libras (US$ 35,6 bilhões) no mercado monetário britânico.
AIG
Após o pedido de concordata do banco Lehman Brothers, o mercado volta sua preocupação nesta terça-feira para a AIG (American International Group), uma das maiores seguradoras do mundo. Ontem, as três maiores agências de avaliação de risco - Standard & Poor´s, Moody´s e Fitch - diminuíram a confiança na AIG, que é tida como a próxima empresa na lista de quedas causadas pela crise nos EUA.
A AIG negocia um empréstimo de até US$ 75 bilhões com o Goldman Sachs e o JP Morgan Chase, depois que o Fed (o banco central dos EUA) negou ajuda financeira à instituição. O pedido do empréstimo aos dois grandes bancos americanos foi feito pelo próprio Fed, segundo o "Wall Street Journal".
O BC dos EUA, segundo pessoas envolvidas nas negociações, deixou claro para a AIG que ela não deve contar com um empréstimo da entidade e precisa buscar o dinheiro com o setor privado. A AIG pediu US$ 40 bilhões ao Fed para evitar que o mercado avalie de forma negativa a queda do risco.
Com a empresa tendo dificuldades para conseguir um empréstimo, as suas ações foram as que mais desvalorizaram ontem em Nova York, com queda de 60,79%. Apenas neste mês, os seus papéis tiveram queda de 77,85%.