postado em 16/09/2008 11:38
As Bolsas americanas operam em baixa nesta terça-feira (16/09), um dia depois da maior queda desde os ataques de 11 de setembro de 2001 em Nova York. Ontem, a quebra do banco de investimentos Lehman Brothers afetou os negócios; hoje, a seguradora AIG é que preocupa os investidores.
Às 11h38 (em Brasília), a Nyse (Bolsa de Valores de Nova York, na sigla em inglês) estava em baixa de 0,24%, indo para 10.891,78 pontos no índice Dow Jones Industrial Average (DJIA), enquanto o S 500 caía 0,17%, para 1.190,65 pontos. A Bolsa Nasdaq operava em baixa de 0,35%, indo para 2.172,22 pontos.
As preocupações com a AIG aumentaram depois que as três principais agências de classificação de risco, a Standard & Poor´s, a Moody´s e a Fitch rebaixaram a nota da seguradora. Com uma nota menor, a empresa pode ter maiores dificuldades em seus esforços para levantar capital e reforçar seu caixa. Uma eventual quebra da AIG poderia disparar uma nova onda de vendas e quedas acentuadas nos mercados financeiros mundiais. As ações da empresa já caíam mais de 37%.
O efeito da quebra do Lehman Brothers ainda é sentido hoje. Ontem, o banco apresentou pedido de proteção sob o capítulo 11 da legislação americana de falências e concordatas, depois do fracasso em conseguir encontrar um comprador. O governo também negou ajuda aos moldes da que foi oferecida para a compra do Bear Stearns pelo JP Morgan e às hipotecárias Fannie Mae e Freddie Mac.
O Merrill Lynch, por sua vez, foi vendido ao Bank of America. Apesar da mudança no cenário com a saída de cena de dois dos principais atores do setor financeiro americano, analistas dizem que as transformações em Wall Street estão longe de acabar. "Pensar que qualquer empresa financeira possa sair ilesa desta crise é ingenuidade", disse à agência de notícias Reuters o gestor de carteiras Walter Todd, da Greenwood Capital Associates.
Os investidores aguardam hoje a decisão do Federal Reserve (Fed, o BC americano) sobre sua taxa de juros, atualmente em 2% ao ano. A expectativa por um corte aumenta entre os analistas, tanto devido à crise financeira como devido à deflação de 0,1% no CPI (Índice de Preços ao Consumidor, na sigla em inglês) em agosto - queda que despertou pouca atenção dos investidores.
Hoje também o banco americano de investimentos Goldman Sachs anunciou uma queda de 70% em seu lucro líquido, que ficou em US$ 845 milhões (US$ 1,81 por ação) no trimestre encerrado no dia 29 de agosto. No mesmo período de 2007, o lucro da instituição havia ficado em US$ 2,85 bilhões (US$ 6,13 por ação).
"Foi um trimestre desafiador, em que vimos uma queda acentuada na atividade e um declínio nos valores de ativos", disse o executivo-chefe do banco, Lloyd Blankfein, em um comunicado.