Economia

Com cenário sombrio, petróleo recua e chega a tocar US$ 90 em NY

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postado em 16/09/2008 12:49
O preço do barril do petróleo chegou a tocar os US$ 90 nesta terça-feira (16/09) em Nova York com um cenário mais sombrio na economia mundial. As turbulências no mercado financeiro, provocadas pela quebra do banco de investimentos Lehman Brothers, e os temores de queda da demanda do combustível forçam a cotação a valores menores. Às 12h10 (horário de Brasília), o barril do petróleo cru para entrega em outubro era cotado a US$ 93,17 na Nymex (Bolsa Mercantil de Nova York, na sigla em inglês), em queda de 2,65% em relação ao fechamento anterior (US$ 95,71). Durante essa sessão, a commodity atingiu a mínima de US$ 90,55 e a máxima de US$ 94,32. Em Londres, o petróleo brent (de referência na Europa) para entrega em novembro caia 3,15%, para 91,27, ante a cotação final da sessão de ontem (US$ 94,24). Desde o nível recorde, registrado em julho aos US$ 147, o preço do petróleo caiu quase 40%. "Se a agitação econômica continuar, a demanda continuará a cair", disse Jonathan Kornafel, diretor da Hudson Capital Energy. "Há um bocado de pânico nos mercados". Esta segunda-feira (15/09) marcou o dia de maior mau humor em Wall Street deste os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001. Os investidores fugiram do risco, em busca de "abrigos mais seguros" após a notícia da quebra do Lehman Brothers e da venda do Merrill Lynch. Os problemas crescentes da seguradora AIG (American International Group) adicionaram estabilidade e temor à economia global quanto à saúde do sistema financeiro. O forte retrocesso no preço do petróleo - queda de 5,4% na Nymex ontem - e dos combustíveis ocorreu apesar do corte de produção da commodity e de gás natural no golfo do México após a passagem dos furacões Gustav e Ike e de ataques de rebeldes a oelodutos na Nigéria. Hoje, a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) revisou para baixo sua previsão sobre o crescimento da demanda mundial de petróleo em 2008 e 2009, devido à piora da conjuntura mundial e à crise financeira nos Estados Unidos. Para 2008, a Opep prevê que a demanda de petróleo ficará em torno dos 86,79 milhões de barris diários, um crescimento de 1,02% a respeito de 2007, mas cerca de 12% a menos que o estimado há um mês. Além disso, os analistas do grupo reajustaram levemente os cálculos em baixa para 2009, ao fixar o crescimento anual da demanda petrolífera em 1%, para 87,66 milhões de barris diários.

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