Economia

Bolsas americanas sobem após anúncio do Fed

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postado em 16/09/2008 16:26
As bolsas americanas reverteram a queda e passaram a subir nesta terça-feira, com a decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de manter sua taxa de juros em 2% ao ano pela terceira reunião consecutiva. A expectativa dos analistas era de um corte de ao menos 0,25 ponto percentual, mas a manutenção foi vista como sinal para mostrar que a economia não tem necessidade de mais estímulos como esse no momento. Às 16h10 (em Brasília), a Bolsa de Valores de Nova York (Nyse, na sigla em inglês) estava em alta de 1,07% no índice Dow Jones Industrial Average (DJIA), que subia para 11.033,94 pontos, enquanto o S 500 subia 1,29%, para 1.208,14 pontos. A Bolsa Nasdaq operava em alta de 0,71%, indo para 2.195,38 pontos. A decisão do Fed foi entendida no mercado como um sinal de que a economia não está em situação tão crítica quanto o estimado. Mesmo assim, a nota do Fed divulgada após a decisão descreve uma situação crítica: a nota destaca que "as tensões nos mercados financeiros aumentaram de modo significativo". Em pouco mais de uma semana, o governo preparou uma ajuda de até US$ 200 bilhões para as hipotecárias Fannie Mae e Freddie Mac; o Lehman Brothers pediu concordata; o Merrill Lynch foi vendido ao Bank of America; e a seguradora AIG enfrenta problemas para reforçar seu caixa. O comunicado do Fed ainda destaca uma desaceleração dos gastos por domicílio nos EUA, condições restritas do crédito, a contração em curso no mercado imobiliário e a desaceleração no crescimento das exportações. Para a inflação, o Fed espera uma moderação mais à frente neste ano e no próximo, "mas o cenário de inflação permanece altamente incerto". O Fed lembra ainda que os cortes de juros já efetuados e as injeções de recursos para aumentar a liquidez do mercado "devem ajudar a promover um crescimento econômico moderado". As causas de tensão entre os investidores com a AIG, no entanto, prosseguem. As três principais agências de classificação de risco, a Standard & Poor´s, a Moody´s e a Fitch, rebaixaram a nota da seguradora. Com uma nota menor, a empresa pode ter maiores dificuldades em seus esforços para levantar capital e reforçar seu caixa. Uma eventual quebra da AIG poderia disparar uma nova onda de vendas e quedas acentuadas nos mercados financeiros mundiais. As ações da empresa já caíam mais de 37%. Hoje também o banco americano de investimentos Goldman Sachs anunciou uma queda de 70% em seu lucro líquido, que ficou em US$ 845 milhões (US$ 1,81 por ação) no trimestre encerrado no dia 29 de agosto. No mesmo período de 2007, o lucro da instituição havia ficado em US$ 2,85 bilhões (US$ 6,13 por ação).

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