postado em 16/09/2008 18:49
Um estudo divulgado nesta terça-feira (16/09) pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) indica que a ocupação no comércio aumentou 51,7% no Distrito Federal, 42,4% nas regiões metropolitanas de Salvador e 42,3% na de Belo Horizonte. Em Porto Alegre o crescimento foi de 21,9% e em São Paulo, 20,5%. A cidade de Recife teve o resultado mais baixo das regiões pesquisadas, com apenas 4,5% de crescimento.
O estudo é a primeira edição do Boletim Trabalho no Comércio, que a partir de agora divulgará a cada quatro meses as questões relacionadas com o trabalho no setor. Para a análise, foram utilizados dados obtidos a partir das Pesquisas de Emprego e Desemprego do Dieese realizada em cinco regiões metropolitanas e no Distrito Federal.
De 2003 a 2007, segundo o estudo, houve aumento do número de vagas com carteira de trabalho assinada de 81,3% no Distrito Federal, com a incorporação de 40 mil trabalhadores formais. Em Recife, foram 24 mil pessoas com carteira assinada, um incremento de 32,4%.
Segundo os dados do boletim, em 2007 o total de empregados no comércio nas regiões pesquisadas teve jornada de trabalho semanal entre 43 e 48 horas. Em Belo Horizonte os trabalhadores tinham a menor jornada, de 43 horas, devido à proibição do trabalho nos domingos e feriados, e Recife foi a região que apresentou maior jornada, com 50 horas.
A proporção de ocupados que cumprem jornadas superiores a 44 horas, em Belo Horizonte, foi de 48,7%; em Porto Alegre, de 54,7%; em São Paulo, 55,7%; em Salvador, 57,6%; no Distrito Federal, 62,9% e em Recife, 65,6%.
De acordo com o estudo, o rendimento médio para os ocupados no comércio no primeiro semestre do ano ficou em R$ 578 para a região metropolitana de Recife e R$ 944 para São Paulo.
Os contratados com carteira assinada têm os maiores rendimentos, já os que não têm contrato formal, o redimento médio foi 58% menor em Recife e 86% em São Paulo do que os valores recebidos pelos empregados formais.
Com relação à jornada de trabalho, só em Belo Horizonte a jornada legal foi respeitada, com as 44 horas semanais. As outras regiões ultrapassaram o período determinado por lei.
Para o presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah, a atividade dos comerciários nunca foi levada a sério e sempre houve poucos dados que fizessem a sociedade compreender a importância da função e as complicações e as necessidades desses trabalhadores. ;Esse boletim colocará de quatro em quatro meses, com novas pesquisas, certas ansiedades e inquietudes dos comerciários, como a quantidade de horas trabalhadas, a informalidade, a precariedade e a discriminação racial;.
Patah afirmou que além da visibilidade que o boletim dará ao setor, os dados permitirão que os sindicatos busquem as soluções para os problemas detectados. ;Não vamos só nos lamentar e reclamar. Vamos diagnosticar e dar soluções;, defendeu.