Economia

Bovespa desaba 6,18%; dólar dispara 3,17%, a R$ 1,882

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postado em 17/09/2008 12:46
O nervosismo dos investidores ganha nova escala nos negócios desta quarta-feira (17/09). A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) é tragada pelas perdas generalizadas nas Bolsas européias e americanas, já que o alívio do mercado financeiro com a "salvação" da seguradora AIG durou pouco. Analistas ressalvaram que a operação não solucionou os problemas da crise dos créditos "subprime" e aguardam os desdobramentos. Nesta terça-feira, os rumores sobre um possível auxílio financeiro à AIG contribuíram para que a Bolsa tivesse alguma recuperação nas últimas do pregão. A trégua na crise, no entanto, foi curta. O Ibovespa, índice que reflete o valor de mercado das empresas, amarga perdas de 6,18% e desce para o nível dos 46.185 pontos. Trata-se da pontuação mais baixa desde abril de 2007. Na prática, é como os investidores simplesmente "apagassem" dos preços das ações eventos como a obtenção do "selo" grau de investimento pelo Brasil ou o anúncio das reservas de petróleo na camada pré-sal. A cotação da moeda americana dispara 3,17% e atinge R$ 1,882 (valor de venda), o preço mais alto para o dólar desde setembro de 2007. A taxa de risco-país marca 375 pontos, número 10,3% mais alto que a pontuação anterior. No cenário internacional, as Bolsas européias e americanas também sofrem fortes quedas: em Londres, o índice FTSE recua 2,25%, enquanto o Cac, do mercado francês, perde 2,26%, e o Dax, da Bolsa alemã, retrocede 1,74%. Em Nova York, o índice mundialmente influente Dow Jones tem baixa de 3,37%. Os grandes investidores globais já estavam bastante sensíveis a risco nas últimas semanas, mas essa aversão ganhou novos patamares com a quebra do Lehman Brothers, quarto maior banco de investimentos dos EUA. O desastre do Lehman acentuou a expectativa pela próxima "bola da vez". Nesse sentido, a seguradora AIG passou o ocupar a posição central entre as preocupações do setor financeiro. A iniciativa de socorro do Federal Reserve (Fed, banco central americano) teve o efeito de propiciar algum alívio ao mercado financeiro, mas ao mesmo tempo, também despertou temores de que mais episódios como os do banco Lehman ainda possam ocorrer. O mercado tem uma lista de motivos para temer o pior. Em pouco mais de uma semana, o governo dos EUA também preparou uma ajuda de até US$ 200 bilhões para as gigantes hipotecárias Fannie Mae e Freddie Mac, e o Merrill Lynch, outro importante banco de investimentos, foi vendido ao Bank of America, por US$ 50 bilhões.

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