postado em 17/09/2008 16:43
A taxa de câmbio oscilou bruscamente durante as operações desta quarta-feira (17/09), em meio a uma onda generalizada de nervosismo com os desdobramentos da crise financeira que abala os EUA e as demais economias centrais. Prevalece no mercado o sentimento de que o Lehman Brothers e a AIG não foram os últimos episódios dessa crise e que há mais turbulências pela frente.
Como resultado dessa incerteza, o preço da moeda americana variou entre o valor máximo de R$ 1,889 e a mínima de R$ 1,810, para encerrar o expediente a R$ 1,868, em uma forte alta de 2,41%. Trata-se da maior cotação para o dólar desde 24 de setembro de 2007.
Nas casas de câmbio paulistas, o dólar turismo foi cotado a R$ 2, uma disparada de 2,04% sobre a taxa anterior.
Profissionais de mercado ressaltaram que a taxa de câmbio subiu praticamente no "vazio": o volume de negócios está reduzido a 50% ou até mesmo 40% do giro normal. "Está todo mundo esperando para ver até onde esse preço vai. O exportador, que deveria estar no mercado agora, está de fora. E pelo lado do importador, pelo menos entre aqueles que não se protegeram, também se espera o preço voltar", comenta Vanderlei Muniz, operador da corretora Onnix. "Claro que é possível, mas eu acho difícil que essa taxa suba ainda mais. E quando voltar, vai ser muito rápido, porque o exportador que ficou de fora vai querer entrar no mercado para aproveitar os preços", acrescenta.
Especialistas de câmbio apontam o diferencial de juros brasileiros (13,75% ao ano) e americanos (2% ao ano) como uma das principais justificativas para limitar as apostas numa disparada ainda maior das taxas. O último boletim Focus, datado do dia 12, mostra que a maioria dos economistas de bancos e corretoras aposta no câmbio a R$ 1,65 para dezembro.
Juros futuros
O mercado futuro de juros, que baliza as tesourarias dos bancos, acompanhou a disparada do câmbio e voltou a puxar as taxas projetadas para 2009, 2010 e 2011. No contrato de janeiro de 2009, a taxa projetada avançou de 14,01% ao ano para 14,02%; no contrato de janeiro de 2010, a taxa projetada subiu de 14,63% para 14,85%; e no contrato de janeiro de 2011, a taxa projetada passou de 14,54% para 14,90%.