Economia

Bovespa vira e cede 1,09%; dólar dispara 4% e atinge R$ 1,948

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postado em 18/09/2008 14:13
Durou pouco o ânimo dos investidores com o pacote de ajuda bilionária dos bancos centrais. As Bolsas européias fecharam em queda, enquanto as Bolsas americanas cedem, sob o peso o pessimismo generalizado em relação à economia global. A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) não escapa incólume desse movimento e já perdeu o ímpeto inicial de recuperação, mesmo acumulando perdas de 18% somente neste mês. O Ibovespa, índice que reflete os preços das ações mais negociadas, sofre queda de 1,09% e recua para os 45.410 pontos. O giro financeiro é de R$ 3,50 bilhões. O mercado de câmbio é o indicador mais sensível do tamanho da aversão ao risco dos agentes financeiros. Em pouco mais de 15 dias, a taxa saiu do patamar de R$ 1,6, de volta para R$ 1,9, um nível não visto desde setembro de 2007. Às 14h03, o dólar comercial é cotado a R$ 1,948 na venda, com avanço de 4,28%. O Federal Reserve (banco central dos EUA) e mais cinco autoridades monetárias ofereceram mais de US$ 200 bilhões em empréstimos de emergência para deter a crise de confiança entre os bancos e que afeta a circulação de crédito mundialmente. A crise foi detonada pela quebra do Lehman Brothers, o quarto maior banco de investimentos dos EUA, gerando um ambiente de desconfiança generalizada no sistema financeiro global. O banco central americano já despendeu entre US$ 900 bilhões e US$ 1,5 trilhão para tentar deter os piores desdobramentos da crise financeira que abala a economia americana desde a segunda metade do ano passado, principalmente. Além das injeções de recursos bilionárias no sistema bancário, para evitar que a circulação de recursos entre os bancos congele, a autoridade monetária também tem feito esforços em resgatar instituições financeiras à beira ou em pleno estado falimentar, a exemplo do banco Bearns Stearns, no ano passado, ou da seguradora AIG, nesta semana. No front doméstico, a FGV (Fundação Getúlio Vargas) informou que o IGP-M apontou inflação de 0,04%, em sua segunda leitura para o mês de setembro. No ano, o indicador acumula alta de 8,40% e, em 12 meses, a alta acumulada é de 12,24%. O Banco Central admitiu que a inflação ainda não apresentou uma melhora "convincente". A revelação faz parte da ata do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central), relativa à reunião da semana passada, em que a taxa de juros foi ajustada de 13% para 13,75%. Divulgada hoje, a ata mostra que, para a maioria dos diretores integrantes do Comitê, nem mesmo a desaceleração da economia mundial e seu impacto na economia brasileira podem garantir a manutenção da inflação dentro das metas.

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