Economia

Investidores podem mudar de idéia sobre emergentes, diz "Economist"

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postado em 19/09/2008 08:50
A revista britânica "The Economist" traz na sua última edição um artigo em que fala sobre o risco de que os investidores estejam "mudando de idéia" a respeito de investir em mercados emergentes, especialmente nos Brics (grupo formado Brasil, Rússia, Índia e China), por causa da atual crise financeira global. Intitulado "Beware Falling Brics" ("Cuidado com os Brics Caindo", em tradução literal), o texto diz que os investidores estão "perdendo seu apetite para risco", e que já há sinais reais de que eles estão se afastando dos mercados emergentes. A revista afirma que os investidores estão com as menores participações nos mercados acionários dos emergentes desde 2001. Além disso, um analista da Merrill Lynch citado no artigo disse que fundos de mercados emergentes testemunharam uma fuga de US$ 26 bilhões apenas nos últimos três meses. Outro sinal da extensão da vulnerabilidade dos Brics nesta crise é a reação das bolsas desses países nos últimos dias, diz a revista. Na quinta-feira, a bolsa de Moscou suspendeu suas atividades pelo terceiro dia consecutivo devido às fortes quedas. A revista diz que os Bric ainda vivem uma situação confortável, já que "todos esses países têm o conforto de imensas reservas estrangeiras". "Pena que, entre os investidores em mercados emergentes, a confiança está em falta." "Campeões" Em outro artigo na mesma edição, a Economist traça elogios ao capitalismo tal como está sendo praticado nos países em desenvolvimento, argumentando que são nesses países que estão surgindo algumas das melhores empresas e administradores do mundo. "Os mercados emergentes não estão meramente gerando crescimento econômico. Eles estão também produzindo companhias nas quais vale a pena investir, e estão até começando a enfrentar e derrotar as melhores multinacionais do mundo desenvolvido", diz o texto, intitulado "The New Champions" ("Os Novos Campeões", em tradução livre). A Economist reserva elogios, por exemplo, à Embraer, "cujos jatos regionais provaram ser um sucesso inesperado em empresas aéreas em todo o mundo". "Os novos campeões estão se tornando cada vez mais inovadores, tanto nos seus modelos de negócio como em seus produtos", diz o artigo. "A ascensão recente dos mercados emergentes deve muito à combinação de uma economia global benigna e formulação de políticas com relativa sensibilidade em casa. Nada disso pode ser subestimado."

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