Economia

Bolsas na Europa e na Ásia disparam com ajuda dos EUA ao setor financeiro

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postado em 19/09/2008 09:11
As Bolsas européias dispararam nesta sexta-feira (19/09), com as promessas do governo americano de um pacote de medidas contra a crise financeira. Na Ásia, os mercados também tiveram ganhos expressivos com a decisão do governo - também refletindo o ânimo em Wall Street ontem, perto do encerramento do dia. Às 8h22 (em Brasília), a Bolsa de Londres subia 7,24%, para 5.233 pontos (mais cedo, o mercado londrino chegou a registrar alta de 8,2%); a Bolsa de Paris tinha alta de 6,43%, indo para 4.212,19 pontos; a Bolsa de Frankfurt tinha alta de 4,12%, indo para 6.104,86 pontos; a Bolsa de Milão subia 5,68%, para 20.829 pontos; Amsterdã tinha ganho de 6,38%, indo para 374,11 pontos; e a Bolsa de Zurique subia 5,35%, para 6.977,63 pontos. O Departamento do Tesouro, o Fed (Federal Reserve, o Banco central americano) e o Congresso americano decidiram ontem explorar ""todas as opções legislativas e administrativas, e esperam trabalhar durante o fim de semana para encontrar uma forma de sair" da crise, segundo o porta-voz do Tesouro, Brookly McLaughlin. O secretário do Tesouro, Henry Paulson, disse que o pacote será o mais "integral" dos aprovados até o momento para resolver a restrição de crédito nos mercados internacionais, e deverá ser aprovado pelo Congresso. "Este país é capaz de se unir e realizar as coisas rapidamente quando é preciso, pelo bem do povo americano", afirmou. Já o presidente do Fed, Ben Bernanke, disse que os três órgãos irão "trabalhar em uma rápida solução, que ataque o foco do problema: os ativos sem liquidez dos balanços das instituições financeiras". Na Ásia, a Bolsa de Tóquio subiu 3,76%, fechando com 11.920,86 pontos no índice Nikkei 225. A Bolsa de Xangai (China), no entanto, disparou 9,6%; a Bolsa de Hong Kong também subiu 9,61%. Os mercados financeiros da Malásia, das Filipinas, da Indonésia, da Índia, da Tailândia, da Coréia do Sul e da Austrália subiram entre 3% e 6%. Ontem, em Nova York, a Nyse (Bolsa de Valores de Nova York, na sigla em inglês) fechou em alta de 3,86% no índice Dow Jones Industrial Average, que ficou com 11.019,69 pontos, enquanto o S 500 subiu 4,33%, para 1.206,51 pontos. A Bolsa Nasdaq ganhou 4,78%, indo para 2.199,10 pontos. A reunião entre os representantes dos três órgãos do governo aconteceu horas depois de o presidente americano, George W. Bush, dizer que o governo está fazendo todo o possível para diminuir os efeitos da crise financeira que sacudiu com força as bolsas de valores durante esta semana. Seis dos principais bancos centrais do mundo - Banco do Japão, o Federal Reserve (Fed, o BC americano), o BCE (Banco Central Europeu), o Banco da Inglaterra, o SNB (Suíça) e o Banco do Canadá - anunciaram ontem uma injeção de mais de US$ 200 bilhões para conter uma crise de crédito. Os abalos vistos nesta semana, no entanto, ainda devem manter os investidores preocupados por algum tempo: a quebra do Lehman Brothers nesta semana, a venda do Merrill Lynch ao Bank of America e a ajuda de US$ 85 bilhões do Fed à seguradora deixou os investidores assustados. Além disso, as situações do banco de poupança e investimentos ("savings & loans") Washington Mutual e do banco de investimentos Morgan Stanley são acompanhadas com atenção: o primeiro teria sido objeto de consultas da parte do governo a outras instituições financeiras sobre uma eventual aquisição; o segundo estaria buscando um comprador, e o Wachovia já teria manifestado algum interesse, segundo o diário americano "The New York Times". "O plano de resgate está sendo bem recebido nos mercados, ainda que os detalhes ainda não sejam conhecidos", disse o operador Oliver Opgen-Rhein, do HSBC Trinkaus & Burkhardt em Frankfurt. A SEC (Securities and Exchange Commission, o órgão regulador dos mercados nos Estados Unidos) também agiu, proibindo temporariamente as vendas a descoberto sobre os valores financeiros, seguindo uma decisão similar da FSA (Autoridade de Serviços Financeiros, na sigla em inglês) britânica. A venda a descoberto consiste em tomar emprestado um título mediante o pagamento de uma comissão, e vendê-lo esperando que sua cotação caia. Se isso acontece, o especulador pode recomprar o papel mais barato para devolvê-lo a seu proprietário, embolsando a diferença entre o preço de compra e de venda. A técnica precipita com freqüência a queda das cotações. A medida terminará a princípio no dia 2 de outubro, mas pode ser prorrogada em caso de necessidade. Já a proibição da FSA prosseguirá até 16 de janeiro.

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