Economia

Acionistas da AIG querem pagar Fed e manter controle da empresa, diz jornal

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postado em 19/09/2008 15:28
Os principais acionistas da seguradora americana AIG tentam reunir recursos para pagar o empréstimo de US$ 85 bilhões recebido do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) nesta semana, evitando assim ter de transferir o controle da empresa, segundo fontes ouvidas pelo diário americano The Wall Street Journal Na terça-feira (16/09) o Fed aprovou o empréstimo à AIG para evitar que a empresa tivesse o mesmo destino do banco de investimentos Lehman Brothers, que pediu concordata. O empréstimo, no entanto, veio com a condição de a empresa transferir 79,9% de participação - o que seria passar o controle da AIG. "Os obstáculos aos esforços desses acionistas podem ser grandes, uma vez que eles e os investidores que conseguirem atrair terão de desembolsar altas somas", diz a reportagem publicada no site do jornal nesta sexta-feira. O esforço dos acionistas, segundo o WSJ, é tentar pagar rapidamente o governo, para não ter de efetuar a transferência da participação. "Essa meta pode ser obtida não apenas através da venda de ativos que a empresa está planejando, mas também através de investimentos na AIG vindos de grandes investidores, tais como fundos soberanos", diz o texto. O executivo-chefe da AIG, Edward Liddy, que foi nomeado nesta semana como parte do arranjo feito com o governo, disse não saber desses esforços dos acionistas e não fez comentários, informou o "WSJ". A transferência da participação para o governo ainda está sujeita a aprovação dos acionistas, informou a AIG em um documento encaminhado à Securities and Exchange Commission (SEC), o órgão regulador dos mercados nos Estados Unidos. O Fed justificou a decisão alegando que uma derrubada da AIG poderia intensificar o já delicado momento do mercado financeiro mundial, arrastando ainda mais empresas e economias. "O Fed determinou que, nas atuais circunstâncias, uma concordata do AIG poderia somar ao já bastante fragilizado mercado financeiro e elevar substancialmente os custos de empréstimos", informou o Fed em um comunicado. "Este empréstimo facilitará o processo por meio do qual a AIG venderá alguns de seus negócios de forma ordenada, com a menor alteração possível na economia geral (...) O empréstimo inclui condições e prazos concebidos a fim de proteger os interesses do governo dos Estados Unidos e dos contribuintes", diz a nota. Evitar quebra Até a chegada da ajuda do Fed, a AIG vinha buscando captar US$ 75 bilhões necessários para escapar da quebra - tema que ganhou o primeiro plano nesta semana após o pedido de concordata do Lehman Brothers, feito à Corte de Falências dos EUA. Além disso, em pouco mais de uma semana, o governo dos EUA também preparou uma ajuda de até US$ 200 bilhões para as gigantes hipotecárias Fannie Mae e Freddie Mac, e o Merrill Lynch, outro importante banco de investimentos, foi vendido ao Bank of America.

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