Jornal Correio Braziliense

Economia

Petróleo sobe quase 7% com euforia sobre ajuda governamental nos EUA

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O preço do petróleo fechou em alta expressiva nesta sexta-feira (19/09). Os investidores voltaram ao mercado depois que o governo americano anunciou um pacote para impedir a quebra de novas empresas financeiras. O barril do petróleo cru para entrega em outubro (cujos contratos expiram na segunda-feira), negociado na Bolsa Mercantil de Nova York (Nyse, na sigla em inglês), encerrou o dia cotado a US$ 104,55 (alta de 6,81%). O preço máximo atingido pelo barril hoje foi 105,25 e o mínimo, US$ 97,39. As intervenções no mercado feitas pelo governo americano nos últimos dias, e em particular a que foi anunciada ontem --e apresentada hoje pelo secretário do Tesouro dos EUA, Henry Paulson - conseguiram restaurar, ao menos por hoje, alguma confiança nos mercados, atraindo os investidores novamente. O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Henry Paulson, disse hoje que o governo americano gastará "centenas de bilhões de dólares" para responder à crise financeira. "A proteção máxima ao contribuinte será a estabilidade que esse programa de ajuda oferecerá ao nosso sistema financeiro, mesmo com o envolvimento de um investimento significativo de dólares dos americanos", disse o secretário. Ele afirmou que irá trabalhar durante o fim de semana com líderes do Congresso para chegar a um acordo sobre o plano. "Ele precisa ser grande o suficiente para fazer uma diferença real e chegar ao centro do problema." A expectativa dos analistas, no entanto, é de queda na demanda, uma vez que as operações de salvamento do mercado financeiro não se refletiram em um aumento da confiança na economia global --em particular dos EUA-- no longo prazo. "A euforia começa a diminuir porque as pessoas entendem que estamos com uma economia fraca e um barril a US$ 100 nessas condições é caro demais", disse o analista Stephen Schork. "A demanda está caindo nos EUA apesar dos esforços de Paulson, mas pode ser que não vejamos a queda acentuada que o mercado estava temendo", disse à AP o estrategista de commodities Mark Pervan, do ANZ Bank em Melbourne (Austrália). O barril chegou a atingir o patamar de US$ 90 nos últimos dias.