Economia

Bovespa fecha 9,57% positiva; maior alta desde 1999

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postado em 19/09/2008 17:42
O "pacote" do governo americano para enfrentar a crise dos créditos "subprime" salvou o que prometia ser uma semana "maldita" para o mercado financeiro mundial. Acompanhando o entusiasmo nas bolsas internacionais, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) teve sua maior valorização num só dia desde janeiro de 1999, quase anulando as perdas do mês. O câmbio, por sua vez, despencou mais de 5%. O termômetro dos negócios da Bolsa, o Ibovespa, avançou 9,57% no fechamento e atingiu os 53.055 pontos. O giro financeiro foi alto, de R$ 7,67 bilhões, ante uma média de R$ 5 bilhões/dia deste ano. Os investidores voltaram às compras focando principalmente nas chamadas "blue-chips", as ações líderes do mercado acionário: a ação preferencial da Petrobras disparou 8,63%, girando sozinha R$ 1,2 bilhão. A ordinária valorizou 9,10%. A ação preferencial da Vale do Rio Doce, outro papel influente da Bolsa, teve alta de 6,47%. O dólar comercial foi cotado a R$ 1,831 na venda, em declínio de 5,12%. A taxa de risco-país recuou quase 15%, para os 278 pontos. Na Europa, a expectativa do setor financeiro impulsionou as principais Bolsas de Valores do continente. Em Londres, o índice de referência FTSE encerrou o pregão 9,32% mais alto; em Paris, o Cac subiu 9,27%, enquanto o índice do mercado alemão Dax teve acréscimo de 5,56%. A Bolsa de Nova York, referência global do mercado de ações, teve ganho de 3,35%, enquanto a Bolsa eletrônica Nasdaq ascendeu 3,40%. O mercado recebeu com euforia a confirmação do Tesouro dos EUA de que vai usar, se necessário, "centenas de bilhões de dólares" para deter desdobramentos ainda piores da crise dos créditos "subprime". Mesmo sem maiores detalhes, analistas aprovaram a intenção do governo americano, qualificada de "atitude prática" para enfrentar a crise que ameaçava os sistemas financeiras das economias centrais, com repercussões sobre as economias emergentes. As promessas de Paulson O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Henry Paulson, disse hoje que o governo americano gastará "centenas de bilhões de dólares" para responder à crise financeira. Paulson disse que o governo aumentará a intervenção no mercado imobiliário, que considera a raiz dos problemas financeiros dos Estados Unidos, além de outras medidas. A medida foi bem vista por analistas do setor financeiro, que já contavam com algumas medidas mais drásticas das autoridades americanas para fazer frente à crise. Quando o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) não impediu que o banco Lehman Brothers quebrasse, muitos disseram o Fed tinha "jogado a toalha". O anúncio de ontem foi na direção contrária desse sentimento e bateu de frente com a corrente dos "pessimistas", que não acreditam na capacidade dos bancos centrais, e demais órgãos das economias centrais, para enfrentar os problemas gerados pelos "subprimes".

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