postado em 20/09/2008 11:52
O governo dos Estados Unidos vai solicitar ao Congresso norte-americano US$ 700 bilhões para a compra de títulos hipotecários "podres", como parte de um programa para conter a pior crise financeira do país desde a década de 30.
O valor consta em cópias da proposta do governo, obtidas pelas agências Associated Press e Dow Jones Newswires.
O plano, anunciado na sexta-feira (19/09), visa a compra de papéis de difícil liquidação em poder de bancos e outras instituições norte-americanas que enfrentam dificuldades financeiras.
O presidente do EUA, George W. Bush, prometeu trabalhar com o Congresso para que a proposta seja aprovada o mais rápido possível. Neste sábado (20/09), após reunir-se com o presidente colombiano, Álvaro Uribe, Bush disse que decidiu agir com ousadia depois de perceber a gravidade dos problemas que afligem a economia dos EUA. Segundo o presidente norte-americano, o plano precisa ser forte o suficiente para que a crise seja solucionada.
Bush disse ainda que seu primeiro instinto foi deixar os mercados continuarem operando livremente em vez de oferecer ajuda governamental. No entanto, o presidente afirmou ter sido aconselhado por especialistas de que seria necessário um maciço auxílio do governo para contornar a crise.
A proposta dá ao secretário do Tesouro, Henry Paulson, poder ilimitado para comprar até US$ 700 bilhões de uma ampla gama de papéis lastreados em hipotecas. Também prevê que o limite para o endividamento público seja elevado, para US$ 11,3 bilhões.
Embora o plano tenha o limite de prazo de dois anos, o Tesouro poderá ficar com os papéis comprados por quanto tempo achar necessário. Todos os títulos adquiridos através do programa devem ser ligados a hipotecas anteriores a 17 de setembro deste ano.
O plano, encaminhado ao Congresso na noite de sexta, também garante a imunidade do Tesouro contra quaisquer ações legais. Além disso, dá a Paulson permissão para contratar instituições financeiras privadas para conduzir o programa, assim como para criar novas entidades que comprariam títulos hipotecários e emitiriam papéis.