Economia

Mercado está em alerta com demora na compra da BrT pela Oi

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postado em 20/09/2008 15:22
A apenas três meses do fim do prazo estipulado para a concretização da compra da Brasil Telecom (BrT) pela Oi, o mercado acompanha em estado de alerta a demora nos trâmites legais que permitirão a concretização do negócio. As notícias, sexta (19/09), que o Ministério Público Federal questionará algumas das mudanças a serem feitas no Plano Geral de Outorgas (PGO) - regulamentação que precisa ser alterada para permitir a fusão das duas companhias - e as estimativas de que a versão final do documento ficaria pronta apenas ao final de outubro alimentaram a preocupação. "O cronograma está demorando mais do que o esperado e é claro que isto causa preocupação. No mercado há a percepção de que, apesar da demora, há tempo para se fechar o negócio, desde que não ocorram mais tropeços", avalia a analista em telecomunicações Jacqueline Lison, da Fator Corretora de Valores O ponto central da apreensão tem origem no contrato assinado entre as duas operadoras, em que a Oi se compromete a pagar multa de R$ 500 milhões à BrT caso o negócio não esteja fechado até 240 dias após o anúncio da compra, feito em 25 de abril. Este período se encerraria, portanto, em 21 de dezembro. Para fechar o negócio, a Oi precisa receber a chamada anuência prévia de mudança de controle, concedida pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Esta permissão só pode ser liberada após as modificações no PGO. Em teleconferência a analistas logo após o anúncio da compra, a Oi informou que esperava a mudança do PGO em 90 dias. O "tag along", a oferta de compra de ações a minoritários por pelo menos 80% do preço pago aos controladores, ocorreria 90 dias a contar deste prazo. As duas estimativas foram estouradas. O forte conteúdo político na criação da Supertele, por outro lado, é apontado como um fator de alívio pelo mercado. Uma fonte que tem acompanhado a operação de perto diz que o atraso não tem agrado à Oi, mas que a empresa se mantém confiante na concretização da compra, embora tema ter de "correr na reta final do prazo". Ele ressalta, porém, que o contrato traz cláusula sobre uma possível prorrogação no prazo em até 125 dias "Os motivos para esta prorrogação, no entanto, não são muito claros". O analista do Banif Investment Banking, Alex Pardellas, observa sinais dúbios entre os investidores. Segundo ele, a probabilidade de que o negócio não vá adiante pode ser observada no preço das ações ordinárias da Brasil Telecom Participações, que fecharam o pregão de ontem cotadas a R$ 48,85. "É um valor baixo se levarmos em conta que a Oferta Pública de Ações (OPA) feita pela Oi estipulou um teto próximo a R$ 58 para o papel", disse. Por outro lado, a aposta do mercado de que o negócio sairá fica evidente quando se observa a cotação dos papéis do grupo Oi. De acordo com ele, se estes começarem a subir muito, pode ser um sinal de que os investidores acreditam não a compra não saia, colocando a Oi como alvo de aquisições de grupos internacionais.

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