Economia

Mundo enfrentará recessão e desemprego com crise nos EUA

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postado em 21/09/2008 08:39
Muita gente foi dormir na sexta-feira (19/09) embevecida pelos recordes de valorização das bolsas de valores planeta afora. Os mais otimistas chegaram a dizer que, com o megapacote preparado pelo governo dos Estados Unidos para retirar dos caixas dos bancos americanos os créditos podres acumulados com o fim da bolha imobiliária, tinha-se virado a página do maior terremoto financeiro desde o crash de 1929. Puro engano. É a partir de agora que o mundo vai se deparar com o pior da crise que já consumiu mais de US$ 3 trilhões em riquezas. A fatura a ser paga inclui recessão, desemprego, inflação e juros altos. ;Não há dúvidas de que teremos dias muito difíceis pela frente;, diz a economista Sandra Utsumi, diretora de Renda Fixa em Portugal do Banco BES Investimento.

Esse quadro sombrio já vem sendo desenhado desde agosto do ano passado, quando ecoaram os primeiros sinais das loucuras cometidas pelos americanos em seu mercado imobiliário. ;A onda de calotes abalou o sistema financeiro global. Mas seus efeitos não se mostraram de imediato, porque os investidores trataram de criar outras bolhas para compensar os prejuízos que começaram a se amontoar nos Estados Unidos;, afirma Marcel Pereira, economista-chefe da RC Consultores. ;Primeiro, correram para a Bolsa de Xangai, na China, que, em três meses, subiu mais de 50%. Depois, foram em direção às commodities, movimento que empurrou o petróleo para perto de US$ 145 o barril;, conta. O problema é que nenhuma dessas bolhas se sustentou por muito tempo (veja página 23).

Mas enquanto o lado financeiro emanava falsos sinais de vigor, a economia real ruía, lenta e silenciosamente. Os números da atividade nos EUA indicavam um país em forte desaceleração, com taxas de desemprego crescentes e inadimplência fora de controle. Do outro lado do oceano, outro gigante, a União Européia, começava a se debater ante a disparada da inflação, motivada pela arrancada dos preços do petróleo, e a um consumo trôpego, prejudicado pela forte alta dos alimentos. Para completar, o segundo país mais rico do mundo, o Japão, mesmo com taxas de juros de 0,5% ao ano, era engolido pela debilidade econômica.

De duas semanas para cá, com a quebra das duas maiores empresas de crédito imobiliário dos EUA, Fannie Mae e Freddie Mac, que receberam ajuda de US$ 200 bilhões dos contribuintes americanos para não fecharem as portas, a verdade se revelou por completo. Veio a derrocada do banco Lehman Brothers e o mundo se viu diante de uma crise sistêmica com força suficiente para destroçar o coração financeiro do mundo, Wall Street, e, por tabela, bancos europeus, asiáticos e da Oceania. Por isso, a operação comandada pelo secretário do Tesouro americano, Henry Paulson, que pediu carta branca ao Congresso dos EUA para montar um fundo de resgate aos bancos.

Leia a matéria completa na edição deste domingo do Correio Braziliense.

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