Economia

Tesouro dos EUA quer 'autoridade' para salvar setor financeiro

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postado em 21/09/2008 08:48
O departamento americano do Tesouro revelou neste sábado (20/09) detalhes do plano de 700 bilhões de dólares do governo para socorrer o setor financeiro dos Estados Unidos, que prevê mais poder de decisão para o secretário Henry Paulson. Segundo o Tesouro, o plano enviado pela administração de George W. Bush aos líderes do Congresso na sexta-feira busca "a autoridade para liberar até 700 bilhões de dólares do Tesouro para financiar a compra de ativos com problemas". "O departamento do Tesouro apresentou um projeto de lei ao Congresso solicitando autoridade para comprar ativos problemáticos de instituições financeiras para promover estabilidade no mercado e ajudar a proteger as famílias e a economia americanas", destaca um comunicado. O plano estipula que o secretário do Tesouro, Henry Paulson, terá a autoridade direta, após consultar o presidente do Federal Reserve (Banco Central americano), Ben Bernanke, "para comprar outros ativos, na medida do que for necessário para estabilizar os mercados financeiros". O Tesouro destaca que o projeto permite a compra de bens relacionados com hipotecas comerciais e residenciais, que podem incluir ativos garantidos por hipotecas e empréstimos. Mais cedo, ao comentar a proposta, Bush disse que o plano é "grande porque o problema é grande". "O risco de não fazer nada é muito maior que o risco do pacote", destacou Bush sobre o plano enviado ao Congresso. Segundo a imprensa americana, este poder extraordinário terminará em dois anos, mas permitirá ao governo manter os ativos adquiridos pelo tempo que o secretário do Tesouro considerar necessário.O projeto prevê a compra de ativos apenas de empresas americanas e dá ao departamento do Tesouro imunidade legal contra processos judiciais. Não ficou claro como o governo administrará os ativos adquiridos, mas Paulson terá a autoridade de intervir em instituições financeiras privadas e criar outras instâncias para adquirir ativos hipotecários. O líder da maioria democrata no Senado, Harry Reid, se mostrou cético sobre o plano e disse que a crise foi provocada pelas políticas liberais de Bush, exigindo que o presidente explique porque precisa de algo tão amplo a menos de seis semanas da eleição presidencial. "Está claro agora que as políticas extremas de não intervenção do governo Bush foram desastrosas". Já a presidente da Câmara de Representantes, Nancy Pelosi, destacou que o interesse do americano comum deve ser preservado, apesar de sua promessa de que os democratas trabalharão com os republicanos para viabilizar o plano de socorro.

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