Economia

Secretário dos EUA diz que outros países devem copiar ajuda

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postado em 21/09/2008 20:33
O secretário do Tesouro norte-americano, Henry Paulson, afirmou neste domingo (21/09) que vários países irão adotar pacotes de emergência semelhantes ao plano de US$ 700 bilhões anunciado pelo governo dos Estados Unidos na semana passada. "Nós estamos conversando ativamente com outros países ao redor do mundo e os encorajando a adotar medidas semelhantes, o que eu acho que eles farão", disse Paulson em uma entrevista na TV. "Eu odeio ter de fazer isso, mas o momento que traz muita humildade para os EUA." O Congresso deve votar ainda nesta semana o plano apresentado por Paulson no sábado (20/09), que pede liberdade irrestrita ao Tesouro para comprar dos bancos títulos lastreados em hipotecas e outros papéis desvalorizados e pouco líquidos. Segundo Paulson, essa é a única maneira de lidar com a paralisação dos mercados de crédito. Os democratas exigem que o pacote inclua a recompra de hipotecas inadimplentes e refinanciamento para os mutuários - nos moldes do Home Owners Loan Corporation, agência criada durante a Grande Depressão dos anos 1930 para refinanciar hipotecas e evitar execuções. "Nós não temos escolha, precisamos agir", disse o senador democrata Christopher Dodd, líder do comitê bancário do Senado. "Mas precisamos lidar com as execuções de hipotecas, ou o problema vai persistir." Paulson quer que o projeto de lei seja "limpo e conciso", mas indicou estar aberto a incluir algum tipo de ajuda a mutuários. Os democratas também querem uma garantia de que o presidente George W. Bush irá aprovar um segundo pacote de estímulo à economia este ano, o qual poderia incluir investimentos do governo em infra-estrutura e restituição de impostos aos contribuintes. Mas os republicanos resistem a esses adicionais ao projeto e querem que a lei contenha apenas a autorização para o Tesouro comprar os títulos podres. A legislação precisa ser aprovada em curtíssimo prazo, para evitar a volta da turbulência que já levou à quebra do banco Lehman Brothers, a intervenção do governo na seguradora AIG e à venda da Merrill Lynch. "É importante que todos compreendam a seriedade da situação e que nós enviemos um sinal claro ao mercado de que este plano vai avançar rapidamente", disse Tony Fratto, porta-voz da Casa Branca. Alguns democratas querem incluir limitações nos salários dos presidentes de bancos - medida à qual Paulson se opõe. Ele disse que o pacote vale para todos os bancos com operações significativas nos EUA, inclusive bancos com sede em outros países.

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