postado em 22/09/2008 08:43
As Bolsas da Ásia fecharam em alta nesta segunda-feira (22/09) em mais um dia de otimismo com as medidas do governo e do Congresso dos Estados Unidos para acabar com a crise financeira no país. No sábado (20/09), o governo do presidente George W. Bush propôs um resgate de US$ 700 bilhões para o setor financeiro durante dois anos.
A Bolsa de Tóquio fechou o dia em alta de 1,42%, aos 12.090,59 pontos. Entre um dos motivos para o desempenho positivo no Japão está a medida do BoJ (Banco do Japão, o banco central do país) de injetar mais 1,5 trilhão de ienes (US$ 14,086 bilhões) no mercado.
A medida é a quinta consecutiva do BoJ para aumentar a liquidez ao sistema financeiro do país. Na semana passada o banco já havia injetado um total de US$ 103 bilhões para aliviar os problemas causado pela quebra do Lehman Brothers.
"A tempestade diminuiu. Agora é hora de avaliarmos quanto dano foi causado", afirmou Hitoshi Yamamoto, presidente da Fortis Asset Management Japan. "Acredito que todas as medidas que poderiam ser tomadas pelo governo dos EUA e pelo Fed foram colocadas sobre a mesa, e os investidores esperam para ver sua efetividade.".
Os maiores ganhos foram registrados na Bolsa de Xangai (China), onde o pregão fechou com avanço de 7,77%, aos 2.236,41 pontos. O índice Hang Seng, da Bolsa de Hong Kong, fechou o dia em torno de 1,4%. Na Coréia do Sul, a Bolsa de Seul cresceu 0,31%. Na Áustrália a alta foi expressiva, em torno dos 4,3%.
Soluções
Neste domingo (21/09), o Fed (Federal Reserve, o banco central americano) anunciou que aceitou a proposta de transformar os bancos Goldman Sachs e Morgan Stanley em holdings. A medida permite aos bancos criarem bancos comerciais e terem o mesmo acesso aos planos de empréstimo do Fed.
O Goldman Sachs e o Morgan Stanley são os únicos bancos de investimentos independentes que restam nos Estados Unidos após a atual crise financeira, que acabou com a concordata do Lehman Brothers, após um colapso na segunda-feira passada.
Na seqüência, apresentaram problemas o Merrill Lynch, que foi vendido ao Bank of America, e a seguradora AIG, que recebeu ajuda de US$ 85 bilhões do Fed.
Na semana passada, seis dos principais bancos centrais do mundo anunciaram uma ação coordenada para enfrentar a crise; o Banco do Japão, o Fed, o BCE (Banco Central Europeu), o Banco da Inglaterra (BC do Reino Unido), o SNB (Suíça) e o Banco do Canadá injetaram na economia mais de US$ 200 bilhões.
No início deste mês já havia sido anunciado um pacote de US$ 200 bilhões do Tesouro em ajuda à Fannie Mae e à Freddie Mac, que corriam o risco de quebrar.
A partir de hoje o Congresso dos EUA deve avaliar o plano de resgate de US$ 700 bilhões para o setor financeiro. O plano daria ao secretário do Tesouro, Henry Paulson, autoridade para comprar todo o valor em ativos relacionados às hipotecas para dissipar a grave crise financeira, segundo a imprensa norte-americana.
Paulson participou durante o domingo de vários programas televisivos, nos quais apelou para que o Congresso aprove com urgência o plano para combater a atual crise financeira.