Economia

Bolsas em NY caem com incerteza sobre detalhes da ajuda ao setor financeiro

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postado em 22/09/2008 15:18
As bolsas americanas aprofundaram suas perdas nesta segunda-feira (22/09), com a incerteza dos investidores sobre os detalhes do pacote de US$ 700 bilhões do Departamento do Tesouro para ajudar o setor financeiro. O pacote foi anunciado neste fim de semana, mas apenas as linhas foram enviadas ao Congresso. Às 14h45 (em Brasília), a Bolsa de Valores de Nova York (Nyse, na sigla em inglês) estava em queda de 2,12%, indo para 11.147,35 pontos no índice Dow Jones Industrial Average, enquanto o S 500 caía 2,28%, para 1.226,47 pontos. A Bolsa Nasdaq operava em baixa de 2,49%, indo para 2.217,18 pontos. "Embora o plano deva receber aprovação final, permanece a dúvida sobre se a proposta do Tesouro pode enfrentar atrasos e ser submetida a emendas enquanto tramita no Congresso", informou a consultoria Charles Schwab & Co., em uma nota. Os democratas Senado dos EUA querem propor que seja acrescentada à proposta do Tesouro uma ajuda aos mutuários e limites às remunerações dos executivos das empresas auxiliadas pelo pacote. O presidente do Comitê de Bancos do Senado, Christopher Dodd, também pretende que o governo adquira uma participação nas empresas que receberem auxílio, segundo a agência de notícias Associated Press. O Congresso também propõe que o programa termine no fim de 2009, ao invés de durar dois anos, como quer o Tesouro, além da criação de um comitê de emergência para supervisionar, formado por membros indicados pela Casa dos Representantes e pelo Senado. As Bolsas européias refletiram a expectativa dos investidores americanos pelos detalhes do plano, além da influência das quedas em papéis de empresas como Carrefour e Ryanair. As asiáticas, por sua vez, tiveram resultados positivos, como a Bolsa de Xangai, por exemplo, que subiu mais de 7%. Hoje, o Federal Reserve (Fed, o BC americano) aprovou a conversão dos dois últimos grandes bancos de investimento americanos, Goldman Sachs e Morgan Stanley, em bancos de varejo. A mudança pode ajudar as duas instituições a superar a atual crise financeira. A mudança no status das instituições financeiras permitirá que criem bancos comerciais, que poderão tomar depósitos, amparando os recursos de ambas instituições, e terem o mesmo acesso que outros bancos comerciais aos planos de empréstimo da emergência do Fed. Os investidores também avaliam o anúncio da empresa de informática Microsoft de recomprar até US$ 40 bilhões em suas ações e a notícia de que o banco japonês Mitsubishi UFJ Financial planeja comprar uma participação de 20% no Morgan Stanley - que, por sua vez, colocou a negociação de uma fusão com o Wachovia (quarto maior banco dos EUA) em "suspensão indefinida", segundo o diário britânico "Financial Times". Hoje a resseguradora de crédito americana MBIA informou ter dinheiro suficiente e bônus do Tesouro para honrar seus compromissos, mesmo com a possibilidade de as agências de classificação Moody´s e Standard & Poor´s rebaixarem sua nota. A Moody´s informou que considera a possibilidade de rebaixar o "rating" (nota de risco) da MBIA - assim como a de seu concorrente Ambac - depois de ter revisado em alta as perdas esperadas de sua exposição às obrigações de risco. "A MBIA tem atualmente compromissos de US$ 18,1 bilhões vinculados a sua atividade de administração de ativos e passivos", indica a empresa em um comunicado. O setor de seguros passou por um momento de tensão na semana passada, com a dificuldade da American International Group (AIG) em conseguir linhas de financiamento para honrar seus compromissos; a ajuda, de US$ 85 bilhões, teve de vir do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que já havia negado a ajuda anteriormente.

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