Economia

Comércio: vendas e oferta de emprego caem no DF em agosto

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postado em 22/09/2008 17:17
As vendas e a oferta de empregos no comércio do Distrito Federal recuaram no mês de agosto, tanto com relação a 2007 quanto com relação a julho deste ano. Os dados estão na Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista, divulgada nesta segunda-feira (22/09) pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal (Fecomércio-DF). Segundo o estudo, houve queda de 4,21% nas vendas gerais do comércio em agosto de 2008 com relação ao mesmo mês do ano passado, e de 0,55% nos empregos oferecidos. Já em comparação com julho deste ano, as vendas de bens e serviços caíram 0,19%, e a oferta de empregos, 1,54%. Na composição da média geral de vendas registrada em agosto, os segmentos de comércio automotivo e de bens duráveis (fogão, geladeira, televisores) registraram desempenho positivo em comparação com julho de 2008, com expansões de 6,3% e 1,59%, simultaneamente. Já os segmentos de bens semiduráveis (roupas, calçados), materiais de construção e bens não duráveis (alimentos, bebidas) apresentaram redução no desempenho, com queda de 5,7%, 1,4% e 0,7%, respectivamente. Com relação à oferta de empregos, o recuo registrado em agosto pela Fecomércio-DF foi puxado também pelos segmentos de bens não-duráveis (queda de 1,7%) e de bens semi-duráveis (2,9%). Já os segmentos de materiais de construção, bens duráveis e comércio de automóveis registraram crescimento de 23,2%, 4,4% e 1,3% respectivamente. Formas de pagamento A Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista do DF também afere quais formas de pagamento foram as usadas preferencialmente pelos consumidores. Em agosto deste ano, não houve variação significativa no tipo de pagamento mais escolhido nem com relação a julho deste ano, nem com relação a agosto do ano passado, com exceção das compras a prazo, que recuaram de 15% em julho de 2008 para 12,2% no mês passado, queda de 2,8 ponto percentual. Os brasilienses optaram principalmente pelas compras à vista (65,6%), seguidas pelas aquisições com cartões de crédito (14,3%), compras a prazo (12,2%) e, por fim, operações comerciais com cheque pré-datado (7,2%). Instabilidade e fim do ciclo de crédito Para o presidente da Fecomércio-DF, senador Adelmir Santana (DEM), a queda do emprego e vendas do comércio varejista do DF no último mês pode ser atribuída ao início da instabilidade da economia e "ao fim de um ciclo na oferta de crédito pessoal". "Esse resultado de agosto está intimamente ligado ao desestímulo ao crédito e à alta de juros (taxa básica, Selic, teve três altas e está em 13,75%) com fins de conter o processo inflacionário. Faz parte da política do governo, fiscal e monetária", afirma. O senador frisa ainda que, no acumulado do ano ; janeiro a agosto de 2008 ; houve crescimento de 6,72% nas vendas com relação ao ano passado. "Mas é claro que esses números nos preocupam, as vendas vêm caindo desde julho deste ano", declarou Santana. O presidente da Fecomércio diz, entretanto, que para o trimestre agosto-julho-setembro é esperada alta nas vendas e oferta de emprego. "As medidas do governo só devem atingir o varejo no início do ano que vem, e ainda assim creio que continuaremos acompanhando o país em um cenário positivo, de crescimento e estabilidade da moeda", conclui.

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