Economia

Bradesco: crise externa não afeta oferta de crédito no Brasil

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postado em 22/09/2008 19:05
O presidente do Bradesco, Márcio Cypriano, afirmou nesta segunda-feira (22/09) que a crise externa que passam bancos estrangeiros, principalmente os americanos, não afetou a oferta de crédito no Brasil. Segundo Cypriano, o custo do financiamento está maior, mas em função do aumento da taxa básica de juros realizado pelo Banco Central. "As taxas (cresceram) até porque a Selic cresceu. É normal que as taxas de juros cresçam, mas recursos não vão faltar". Ele afirmou que o Bradesco irá cumprir a meta do crescimento do crédito para este ano, que no início era entre 21% e 24% e agora pode atingir 29% de expansão na comparação com o ano passado. Com relação a redução do prazo para o financiamento, o presidente do Bradesco afirmou que esse movimento está ocorrendo há pelo menos sete meses e hoje o prazo médio é de 60 meses, sendo o máximo de 60 meses para financiamento de veículos. "A gente entendia que era um risco um prazo tão longo como esse (até 99 meses). A gente resolveu ir reduzindo o prazo e o mercado vem, praticamente, acompanhando isso", explicou. Captação Segundo Cypriano, existe "recurso à vontade" no mercado interno para os bancos captarem, com taxas entre 103% e 104% do Certificado de Depósito Interbancário (CDI), que é um título negociado entre os bancos e serve de parâmetro para o retorno das aplicações de renda fixa. "Não temos encontrado dificuldade na linha de crédito. O recurso está um pouco mais caro mas ele continua", afirmou Cypriano. Mas no mercado externo, segundo o presidente do Bradesco, tem havido dificuldades "normais" para renovação das linhas de créditos com bancos em função da crise. Segurança Cypriano considera que o país está livre da mesma crise bancária dos Estados Unidos em função da regulamentação existente no Brasil, que exige maior segurança na concessão do crédito. "Nós não temos aqui nenhum título dos que deram origem a (crise do) "subprime" lá fora. As operações de crédito mobiliário no brasil são extremamente bem feitas, inclusive com a questão da alienação fiduciária, que torna a retomada de um bem eventualmente inadimplente muito mais rápida" O presidente do Bradesco, o pacote anticrise de compra de ativos, anunciado pelo Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos) é positivo e se assemelha ao Proer --programa de socorro a instituições financeiras realizado em 1995 no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso. "O Brasil passou por isso há alguns anos. Eu diria que esse seja o Proer que eles fizeram lá (nos EUA). Acho que é um providência extremamente arrojada, que eu diria que, muito provavelmente, deva solucionar bem a crise externa", afirmou.

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