postado em 22/09/2008 22:00
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta segunda-feira (22/09), na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, a produção de biocombustíveis como uma oportunidade para a África e a eliminação de barreiras comerciais que impedem o desenvolvimento agrícola do continente. Durante evento na ONU sobre o desenvolvimento da África, Lula disse que o dilema entre a produção de alimentos e de biocombustíveis é falso e que, com responsabilidade, há espaço para ambos.
Para Lula, é preciso que haja uma aliança para derrubar as barreiras estruturais ao desenvolvimento africano. ;Isso exige ouvir e apoiar quem realmente compreende as necessidades da África: os próprios africanos;.
Lula disse que a busca da paz e da prosperidade da África é uma das prioridades da política externa brasileira, lembrando que desde o início do governo já viajou para o continente oito vezes, visitando 20 países. De acordo com o presidente, o comércio entre o Brasil e o continente africano aumentou cinco vezes desde 2002.
Segundo Lula, por ser o segundo país de população negra no mundo, o Brasil se reconhece como uma nação africana e enfrenta dificuldades semelhantes às da África. ;O Brasil já conseguiu cumprir muitas das Metas do Milênio. E queremos ajudar nossos irmãos africanos a cumprir as suas;.
'Solidariedade internacional'
Ele disse que os países ricos devem ajudar o desenvolvimento da África e que os africanos não precisam de atitudes paternalistas, mas de parcerias para realizar as potencialidades de seus recursos naturais e humanos.
;A África não pode ser eternamente um campo de disputa do colonial, em suas velhas e novas manifestações. Tem de se transformar-se em um ponto de convergência da solidariedade internacional;, defendeu.
Na tarde de hoje, Lula foi homenageado em Nova York pela Agência de Notícias Inter Press Service por sua atuação na luta por justiça social e equidade econômica para o desenvolvimento mundial. Agora à noite, ele participa de um encontro com lideranças empresariais dos Estados Unidos e de um jantar oferecido pelo Conselho das Américas.