As Bolsas Asiáticas seguiram nesta terça-feira (23/09) a tendência de queda do mercado registrada ontem com a indefinição do programa de resgate do governo dos Estados Unidos para acabar com a crise financeira. Somente Seul (Coréia do Sul) fechou o pregão com ganhos; já a Bolsa de Tóquio não abriu devido a um feriado local.
No Brasil, nos EUA e na Europa os mercados encerraram o dia com recuos em meio a cautela dos investidores com o plano da Casa Branca para deter a crise financeira.
O plano prevê a injeção de US$ 700 bilhões para a compra de "títulos podres" (sem liquidez) dos bancos pelo Estado. O socorro daria ao secretário do Tesouro, Henry Paulson, autoridade para comprar todo o valor em ativos relacionados às hipotecas para dissipar a grave crise financeira.
O índice Nikkei, que mede os negócios na Bolsa de Tóquio, manteve os ganhos da segunda-feira, quando fechou em alta de 1,42% com otimismo em relação ao pacote anticrise. Contudo, o que puxou o mercado japonês pra cima foi o anúncio da compra da filial asiática do banco Lehman Brothers concretizada nesta terça.
O banco japonês Nomura Holdings ofereceu US$ 225 milhões pelo negócio e anunciou que não realizará cortes de postos de trabalho. O braço do Lehman na região da Ásia-Pacífico emprega cerca de 3.000 pessoas, a metade delas no Japão.
"É uma oportunidade única de transformação que nos permitirá unir as forças de Nomura e do Lehman Brothers para oferecer valor agregado a nossos clientes. Além disso, aumentaremos nosso alcance na Ásia", disse Kenichi Watanabe, diretor-executivo da Nomura.
Nos outros mercados asiáticos, a Bolsa de Seul teve alta de 1,44%. Em Hong Kong, o índice Hang Seng caiu 3,87%, aos 18.872,85 pontos. Na Austrália, o indicador recuou 1,83%. Xangai (China) recuou 1,56%. As perdas na região variaram entre 0,01% a pouco mais de 2%.
"Há apenas uma pequena confiança do mercado sobre quanta efetividade terá o plano de resgate dos EUA", afirmou Conita Hung, do Delta Asia Financial Group.
Pacote
Na noite desta segunda-feira (22/09), a presidente da Câmara de Representantes (Deputados) dos EUA, Nancy Pelosi, afirmou que "será aprovada rapidamente" a medida de resgate do setor financeiro americano.
"Compreendemos a necessidade de agir tão rápido quanto for possível", disse a deputada democrata, durante entrevista coletiva. O presidente democrata da Comissão de Serviços Financeiros, Barney Frank, defendeu o plano, mas descartou entregar "um cheque em branco a Wall Street".
Frank apoiou a idéia de um plano de resgate da economia e pediu a implementação de um "conselho de vigilância" do salvamento do sistema financeiro americano. "Devemos instaurar um conselho de vigilância" do plano apresentado pelo secretário do Tesouro dos EUA, Henry Paulson.