Economia

Bancos estrangeiros poderão se beneficiar de plano financeiro, diz Paulson

;

postado em 23/09/2008 13:33
O secretário do Tesouro dos EUA, Henry Paulson, disse nesta terça-feira (23/09) que os bancos estrangeiros com operações em seu país poderão se beneficiar do plano de resgate financeiro do governo. "Qualquer operação bancária nos Estados Unidos que fizer negócios com o público americano é importante", disse Paulson, em uma audiência no Comitê dos Bancos do Senado. O secretário e o presidente do Federal Reserve (Fed, o BC americano), Ben Bernanke, compareceram hoje ao Congresso para serem questionados sobre o plano de US$ 700 bilhões para ajudar o setor financeiro a se desfazer de papéis de risco, como títulos atrelados a hipotecas. O objetivo do governo é evitar que, de posse de títulos podres, outras instituições no mercado tenham o destino que teve o banco de investimentos Lehman Brothers, que pediu concordata no último dia 15. Em sua apresentação ao congresso, Paulson disse que debates prolongados sobre o plano, a fim de fazer acréscimos desnecessários, poderia prejudicar a eficácia da medida. "Precisamos construir sobre esse espírito para colocar em prática essa lei de forma rápida e limpa, e evitar que o processo se torne lento com outras medidas não-relacionadas ou que não têm amplo apoio", disse o secretário, em discurso preparado com antecedência para a apresentação. No último sábado (20/09), o governo do presidente George W. Bush propôs um plano que dá autoridade a Paulson para comprar até US$ 700 bilhões em ativos relacionados às hipotecas para dissipar a grave crise financeira. O detalhamento das medidas e a aprovação do pacote pelos congressistas norte-americanos ainda está sendo aguardado. O senador republicano Richard Shelby disse hoje: "Há tempos me oponho a salvamentos para indivíduos e empresas (...) Não recebemos nenhuma garantia digna de crédito de que esse plano vá funcionar. Podemos bem mandar US$ 700 bilhões, ou US$ 1 trilhão, e não ver a crise resolvida." A líder democrata na Casa dos Representantes (Câmara dos Deputados), Nancy Pelosi, disse ontem: "Não vamos mandar um cheque em branco para Wall Street". "Todos reconhecemos a gravidade da situação", disse por sua vez o presidente do Comitê de Bancos do Senado, Christopher Dodd, que acrescentou que a crise é uma combinação de "cobiça privada e negligência pública". A atual situação de crise teve início no último dia 15, com a quebra do banco de investimentos Lehman Brothers. O banco pediu concordata depois de semanas procurando um comprador. O britânico Barclays chegou perto de adquirir o Lehman e o Bank of America foi cogitado como eventual candidato a ficar com a instituição. O KDB (Banco de Desenvolvimento da Coréia do Sul, na sigla em inglês) também chegou a conversar com o Lehman. Todos se afastaram diante das perdas sofridas pelo banco com a crise das hipotecas de risco. Na seqüência, apresentaram problemas o Merrill Lynch, que foi vendido ao Bank of America, e a seguradora AIG, que recebeu ajuda de US$ 85 bilhões do Fed.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação