Economia

Bolsas asiáticas sobem com participação de megainvestidor no Goldman Sachs

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postado em 24/09/2008 09:02
As Bolsas asiáticas fecharam com resultados positivos nesta quarta-feira (24/09), com a notícia de que o megainvestidor Warren Buffett planeja investir US$ 5 bilhões no Goldman Sachs, podendo inclusive dobrar o investimento nos próximos cinco anos. Mesmo assim, o ânimo foi moderado: a expectativa pelo plano de ajuda do governo americano, de US$ 700 bilhões, ao setor financeiro mantém os investidores preocupados. Na Bolsa de Tóquio, a notícia repercutiu de modo favorável; o índice Nikkei 225 subiu 0,2%, fechando com 12.115,03 pontos. A Bolsa de Hong Kong fechou em alta de 0,5%, com 18.961,99 pontos no índice Hang Seng. O índice geral da Bolsa de Xangai fechou em alta de 0,69%, com 2.216,81 pontos. O índice Kospi, da Bolsa de Seul, fechou em alta de 0,99 %, com 1.495,98 pontos; o indicador de valores tecnológicos Kosdaq subiu 0,69%, para 448,80 pontos. Buffett afirmou ontem, em um comunicado, que o Goldman Sachs "tem uma franquia global sem rival, uma equipe de direção extensa e testada e os capitais financeiro e intelectual para continuar com sua história de ótimos resultados". O Goldman Sachs e o Morgan Stanley são os únicos bancos de investimentos independentes que restam nos Estados Unidos após a atual crise financeira, que acabou com a concordata do Lehman Brothers, após um colapso no último dia 15. Também apresentaram problemas o Merrill Lynch, que foi vendido ao Bank of America, e a seguradora AIG, que recebeu ajuda de US$ 85 bilhões do Fed. "Isso ajudou a confiança dos investidores de modo geral no momento", disse o analista Castor Pang, da Sun Hung Kai Financial em Hong Kong. "Mas, no longo prazo, ainda há preocupações sobre o setor bancário. Muitos ainda estão cautelosos quanto ao plano de resgate dos EUA." O presidente do Federal Reserve (Fed, o BC americano), Ben Bernanke, disse ontem ao Comitê de Bancos do Congresso que, sem o plano, a economia americana corre o risco de entrar em recessão. "Os mercados financeiros estão em condição frágil e acredito que, na ausência de um plano, eles fiquem em situação pior", disse. "Acredito que se os mercados de crédito não estiverem funcionando, empregos serão perdidos, nossa taxa de crédito vai aumentar, mais despejos vão ocorrer, o PIB [Produto Interno Bruto] vai contrair e a economia não vai conseguir se recuperar de um modo normal, saudável". Uma economia com dois trimestres consecutivos de PIB negativo está em recessão, segundo analistas. A economia dos EUA cresceu 3,3% no segundo trimestre, depois de uma revisão do dado inicial, que mostrava uma expansão de 1,9%. parta os próximos trimestres, no entanto, as expectativas são de uma atividade econômica ainda mais lenta. A recepção dos congressistas americano, no entanto, não foi inspiradora. "O [documento] que eles nos enviaram não é aceitável", disse o senador democrata e presidente do Comitê de Bancos do Senado, Christopher Dodd. Outro senador, o republicano Richard Shelby, disse que "é preciso procurar alternativas". No Japão, as ações do Nomura Holdings subiram 5,2% depois do anúncio de que a empresa pretende adquirir as operações do Lehman na Europa e no Oriente Médio. O grupo financeiro japonês já havia anunciado a intenção de comprar as operações do banco americano na Ásia. As ações do grupo japonês Mitsubishi UFJ Financial subiram 4,2%; e as do Sumitomo Mitsui Financial subiram 1,18%.

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