postado em 24/09/2008 16:04
O presidente dos EUA, George W. Bush, reconheceu nesta quarta-feira as dificuldades que o pacote de ajuda, de US$ 700 bilhões, para o sistema financeiro vem enfrentando no Congresso, mas prometeu que ele será concretizado de qualquer forma e será "robusto". "Nosso processo legislativo está cheio de toma lá da cá", disse Bush em uma reunião para promoção de acordos de livre comércio. "Mas quando tudo tiver sido dito e feito, teremos um plano robusto", acrescentou.
A Casa Branca anunciou nesta quarta-feira (24/09) que estuda a possibilidade de Bush fazer hoje um pronunciamento na TV para expor a importância de atuar com rigor contra a crise financeira.
A porta-voz da Casa Branca, Dana Perino, disse está sendo avaliada a possibilidade de o presidente, que está em Nova York, fazer um discurso hoje. Segundo ela, Bush deseja compartilhar com o país seus pensamentos sobre a importância de tomar medidas diante dos descalabros dos mercados financeiros.
Ela acrescentou que o presidente está vendo a forma de responder às muitas perguntas e preocupações que o povo tem sobre a atual crise financeira e neste contexto se estuda se uma mensagem pela TV é a melhor forma de fazer isso.
Ontem, Bush disse, em discurso na 63ª Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), que o governo dos EUA tem tomado "atitudes ousadas para evitar efeitos devastadores" na economia do país. "Na semana passada eu anunciei um plano decisivo para manter as raízes da estabilidade (...) Posso garantir que meu governo está trabalhando para aprovar esta estratégia. Precisamos agir com a urgência que a crise precisa", disse. "Precisamos trabalhar em termos de metas e nos mantermos firmes em relação às nossas propostas." O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Ben Bernanke, e o secretário do Tesouro, Henry Paulson, foram ontem e hoje ao Congresso para esclarecer o plano aos congressistas. Bernanke disse ontem que, sem o pacote, a economia americana pode entrar em recessão, devido à escassez de crédito e ao aumento do desemprego que podem ocorrer.
Hoje, em novo testemunho ao Comitê Econômico Conjunto do Congresso, Bernanke disse que o governo deve evitar pagar muito caro pelas dívidas "podres" dos bancos que forem beneficiados com o plano de ajuda do Tesouro.
Bernanke afirmou ainda nesta quarta-feira que o plano de resgate do Tesouro não deve ter efeito acelerador sobre a inflação. "Esse plano não é um estimulante fiscal. Não espero nenhum efeito deste plano sobre a inflação. Queremos simplesmente estabilizar o sistema", declarou. "Se não adotarmos este plano, a economia piorar e as receitas orçamentárias serão fortemente abaladas. Agir vai custar menos caro do que não fazer nada", disse Bernanke.