postado em 25/09/2008 15:54
Os ganhos nas bolsas americanas aumentaram nesta quinta-feira (25/09), depois do anúncio de que os congressistas teriam chegado a um acordo sobre o pacote de ajuda ao setor financeiro, de US$ 700 bilhões, proposto pelo governo. O presidente americano, George W. Bush, deve se reunir hoje com representantes do Congresso, além dos candidatos à Presidência dos EUA, Barack Obama (democrata) e John McCain (republicano), para discutir o pacote e tentar aprová-lo nos próximos dias.
Às 15h47 (em Brasília), a Bolsa de Valores de Nova York (Nyse, na sigla em inglês) estava em alta de 1,90%, indo para 11.030,59 pontos no índice Dow Jones Industrial Average, enquanto o S 500 subia 2,01%, para 1.209,67 pontos. A Bolsa Nasdaq operava em alta de 1,54%, indo para 2.188,79 pontos.
O grupo de nove congressistas não revelou detalhes da negociação para se chegar a um acordo, mas o senador republicano Robert Bennett disse, segundo o diário americano The Wall Street Journal, estar otimista; segundo ele, os congressistas chegaram "a um plano que vai passar pela Casa [dos Representantes, a Câmara dos Deputados dos EUA] e pelo Senado".
"Chegamos a um acordo em uma série de pontos importantes", disse o presidente do Comitê de Serviços Financeiros da Casa, o democrata Barney Frank. "Acredito que aprovaremos esse pacote antes dos mercados abrirem na segunda-feira [29]", disse o senador republicano Bob Corker.
Nos últimos dias, Bush, o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Ben Bernanke, e o secretário do Tesouro, Henry Paulson, pediram urgência na aprovação do pacote, alertando que, caso a aprovação demorasse a sair, o país correria o risco de cair em recessão.
Ontem, em discurso pela TV, Bush disse que, se a ajuda não for aprovada, poupanças serão perdidas, os despejos aumentarão, empregos serão perdidos, empresas vão fechar e o país irá mergulhar em "uma longa e dolorosa recessão". Bernanle, por sua vez, fez um apelo similar na terça-feira, ao dizer que, sem o pacote, "empregos serão perdidos, nossa taxa de crédito vai aumentar, mais despejos vão ocorrer, o Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas de um país) vai contrair e a economia não vai conseguir se recuperar de um modo normal, saudável".
Hoje, o governo divulgou indicadores pouco favoráveis sobre a economia: o Departamento do Trabalho informou que o número de pedidos iniciais de auxílio-desemprego nos EUA cresceu em 32 mil na semana encerrada no último dia 20, atingindo um total de 493 mil solicitações.
Números acima de 400 mil pedidos sinalizam uma economia fraca, segundo analistas. Os pedidos semanais de auxílio-desemprego vêm se mantendo acima de 400 mil há dez semanas consecutivas. Um ano atrás, o dado estava em 309 mil solicitações iniciais.
O Departamento do Comércio, por sua vez, informou que o ritmo de vendas de casas novas nos Estados Unidos caiu 11,5% em agosto e ficou em 460 mil unidades, o nível mais baixo em 17 anos. Ontem, a NAR (Associação Nacional de Corretores de Imóveis, na sigla em inglês) informou que o ritmo de vendas de casas e apartamentos usados diminuiu 2,2% em agosto e ficou em 4,91 milhões de unidades anuais.
Além disso, os pedidos de bens duráveis às fábricas dos Estados Unidos caíram 4,5% em agosto, como resultado de uma menor demanda de vários artigos.