postado em 25/09/2008 17:41
Os mercados ganharam fôlego nesta quinta-feira (25/09) com a perspectiva de aprovação do pacote anticrise da Casa Branca pelo Congresso americano. Acompanhando a mudança de humor nas Bolsas internacionais, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) teve avanço significativo, enquanto o câmbio desceu para R$ 1,82.
O termômetro da bolsa paulista, o Ibovespa, encerrou o dia 3,98% mais alto, atingindo os 51.828 pontos. O giro financeiro foi de R$ 5,23 bilhões. As ações da Petrobras puxaram boa parte da recuperação da Bolsa, principalmente com a descoberta de uma jazida de óleo e gás na perfuração do poço conhecido como Júpiter. "Teremos ainda que aguardar as análises das amostras colhidas e da perfuração de novos poços, mas a sinalização que fica é que é algo "significativo´", avaliou a corretora Ativa, em análise inicial sobre a descoberta. No pregão de hoje, a ação preferencial da petrolífera valorizou 4,52%. Outra ação líder da Bolsa, a preferencial da Vale do Rio Doce, subiu 4,89%.
O dólar comercial foi cotado a R$ 1,822 na venda, em decréscimo de 1,93%. A taxa de risco-país marca 282 pontos, número 3,75% abaixo da pontuação anterior. "O mercado está muito atento ao que acontece lá fora, refletindo tudo (o que ocorre sobre a crise). Por isso, essa oscilação muito grande que todos vemos nesses últimos dias. E essa volatilidade de câmbio ainda não acabou e ainda tem muito chão pela frente", afirma Marcos Trabold, gerente de câmbio da corretora B. As Bolsas asiáticas fecharam em baixa, ainda refletindo a desconfiança sobre as chances do pacote dos EUA em passar pelo Congresso local. Com a melhora das expectativas dos investidores, as Bolsas européias fecharam em terreno positivo. Em Londres, o índice FTSE subiu 1,99%, enquanto o Dax, do mercado de Frankfurt valorizou 1,98%. Nos EUA, a Bolsa de Nova York fechou com avanço de 1,82%.
No final da tarde, os legisladores americanos confirmaram as esperanças do mercado. Um grupo de congressistas republicanos e democratas anunciou que foi fechado um "acordo fundamental" para votar o pacote de ajuda ao setor financeiro. Ontem à noite, o presidente dos EUA, George W. Bush, fez um discurso em termos duros sobre o risco de uma recessão no país e pediu urgência na aprovação do pacote de US$ 700 bilhões. Para analistas, o discurso do presidente reforçou a idéia de que um acordo político para aprovar o pacote já estaria mais próximo. Essa percepção tomou cada vez mais espaço no decorrer do dia, principalmente com um anúncio conjunto de Barack Obama e John McCain, candidatos à sucessão de Bush, manifestando apoio à aprovação do plano.